Florianópolis, 01.06.2016 – O país precisa criar linhas de crédito subsidiadas, atrair investimentos produtivos e ampliar a capacitação de trabalhadores para difundir a geração distribuída de energia no setor empresarial. Estas são algumas das conclusões de painel sobre o assunto, realizado durante o 7º Seminário Energia + Limpa 2016, na Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) nesta quarta-feira (01). A geração distribuída prevê que os consumidores podem produzir sua própria energia de origem solar ou de biogás e vender o excedente para as distribuidoras.
Para Otmar Muller, presidente da Câmara de Energia da FIESC, as vantagens do modelo incluem a redução da necessidade de investimentos públicos em geração e distribuição e a criação de novas oportunidades de negócios. Diante destes benefícios, ele alerta que ainda é preciso remover empecilhos como a cobrança de ICMS sobre a recompra de energia pelos consumidores junto às distribuidoras.
Na opinião do gerente de planejamento BRDE, Felipe Couto, um fator que ainda limita o barateamento das linhas de crédito é o tempo relativamente longo esperado para o retorno dos investimentos. Em um cenário de incerteza como o atual, este tende a ser um fator inibidor para a oferta de linhas atraentes. Couto complementou que é preciso fazer um trabalho de conscientização sobre os benefícios do modelo junto às pequenas e médias empresas, que tendem a utilizar as linhas de crédito para incremento da produção ao invés de investir em geração.
Para Rodolfo de Souza Pinto, presidente da Engie Energia, o modelo não deve ser indicado como uma solução universal, que beneficie todos os tipos de consumidores. “É preciso definir qual é o público alvo, para depois trabalhar em cima dele”, defendeu.
De acordo com Mauro Passos, presidente do Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina, que realiza o evento, a viabilidade técnica da geração distribuída de energia de origem solar já está comprovada, o momento agora é de ganho de escala para ampliar a competitividade.
Estágio atual – Regulamentada inicialmente pela resolução 482/2012, da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a geração distribuída no Brasil passou de 327 unidades em 2014 para 2.798 em 2016. A agência prevê que em 2024 este número chegue a 620 mil. Atualmente, a Alemanha lidera o ranking mundial, com 1,53 milhão de instalações, seguida pela Austrália (1,5 milhão) e Estados Unidos (1 milhão).
Fábio Almeida
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Em evento sobre o tema, entidade destacou como vantagens a redução da necessidade de investimentos públicos em geração e distribuição e a criação de novas oportunidades de negócios