Florianópolis, 17.10.2016 – O setor que mais deve se beneficiar da indústria 4.0 é o da saúde, que por meio das tecnologias disruptivas permitirá o acesso à medicina personalizada ou de precisão, um modelo preventivo e centrado no paciente, diferente do modelo atual, considerado reativo e massificado, disse o diretor do Instituto SESI de Inovação, Marcelo Tournier. Ele abordou o tema na reunião da Câmara de Desenvolvimento da Indústria da Saúde da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), realizada nesta segunda-feira (17), em Florianópolis, que contou com a participação do presidente em exercício da entidade, Célio Bayer.
No encontro, o presidente da Câmara, Luiz Gonzaga Coelho, destacou que dentre os 16 setores estratégicos analisados pelo Programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense (PDIC 2022), o segmento saúde foi destacado em quase todas as regiões catarinenses. “Foi observado o grande potencial disruptivo dessa indústria. É de consenso que assim como se fala e se desenha a indústria 4.0 também se trabalha numa visão de saúde 4.0. Acredito que estamos num ponto em que o desenvolvimento tecnológico na área da saúde vai permitir uma redução de custos nos tratamentos e mais qualidade de vida”, afirmou. Segundo ele, historicamente isso nunca aconteceu. Toda vez que se falava em tecnologia agregada à saúde havia aumento de custos.
Em Santa Catarina, a área tem 290 empresas que produzem farmoquímicos e farmacêuticos, aparelhos eletromédicos, instrumentos, utensílios e materiais, além de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. “Embora existam poucos laboratórios e indústrias farmacêuticas, há no Estado uma indústria extremamente importante que fornece insumos e embalagens para os grandes laboratórios instalados em São Paulo e no Rio de Janeiro”, declarou Gonzaga, chamando a atenção para o crescimento da área de cosméticos que também está ligada à saúde. “Há uma agenda convergente formada por diversos atores que buscam construir um cluster da indústria da saúde para Santa Catarina”, concluiu.
Durante a reunião, o secretário de Estado da Saúde, João Paulo Kleinubing, disse que a indústria da saúde é um importante vetor de desenvolvimento para o Estado e que apoia a agenda convergente. Ele também ressaltou que internacionalmente fala-se na quinta onda da saúde pública, que, na prática, incentiva a população a criar um padrão de escolhas saudáveis. Ele informou que o governo catarinense está criando projetos nessa área e citou o SC se Cuida, movimento que estimula a adoção de hábitos saudáveis.
Kleinubing abordou os desafios da saúde pública e destacou a sustentabilidade do modelo atual, a gestão dos hospitais públicos, a interiorização da rede e o crescimento dos custos. Segundo ele, o principal desafio é a judicialização da saúde. Só neste ano a Secretaria vai pagar cerca de R$ 240 milhões em ações. O valor representa cerca de 25% do orçamento da pasta, que é de cerca de R$ 2 bilhões, dos quais, R$ 1 bilhão é gasto com a folha de pessoal.
Assessoria de Imprensa da FIESC
48 3231 4670 | 48 8421 4080
imprensa@fiesc.com.br