Florianópolis, 29.6.2023 – Para debater temas como a descarbonização do planeta e cidades inteligentes, identificados com a agenda global de sustentabilidade, o SENAI/SC está promovendo, em Jaraguá do Sul, o 1º Congresso Nacional de Mobilidade Elétrica e Cidades Inteligentes (Mobicit). O evento reúne, desde quarta até sexta (28 a 30), especialistas que apresentam experiências de gestão de projetos de empresas e políticas públicas relacionadas com o desenvolvimento econômico e qualidade de vida.
Mobilidade ativa e sustentável
"O maior desafio é reinventar a lógica dos sistemas e serviços que formam a mobilidade urbana, não só com um transporte que ofereça maior atratividade aos usuários, mas com alternativas de deslocamentos", afirmou a palestrante Ana Cristina Wollmann Zornig, superintendente da Secretaria de Planejamento e Administração de Curitiba. Na palestra "Os desafios das Cidades Inteligentes", ela detalhou como a gestão pública pode fazer a transição de modelos tradicionais para uma condição mais sustentável. Ela defende que pensar em mobilidade elétrica, no conceito de uma cidade inteligente, é importante, mas como solução definitiva para resolver os problemas de mobilidade.
Ana Cristina destacou ainda as iniciativas para atingir a meta de neutralidade na emissão de carbono estabelecida no pacto global para até 2050. Entre as ações que detalhou estão um inventário permanente de dados sobre os efeitos da carbonização e efeito estufa na cidade gerados pelo transporte veicular (coletivo e individual); o estímulo a iniciativas de mobilidade ativa e sustentável, com intermodalidade e o uso de bicicletas, patinetes e carros compartilhados, que complementam o serviço de ônibus.
Gestão participativa e soluções atraentes
Laryssa Tarachucky, idealizadora e coordenadora do projeto Laboratório de Inovação Cidadã do Centro de Inovação (LabIC Novale), defende modelo de gestão participativa, em que as pessoas podem interagir na busca de soluções para o município, se mostra eficaz para torná-la mais atraente para os seus moradores. Ela explica que, por meio da tecnologia digital, o projeto desenvolvido em Jaraguá do Sul tem como objetivo melhorar áreas como mobilidade e nos serviços públicos, gestão da saúde, educação e segurança, por exemplo. "Há um envolvimento do cidadão na vida pública, em processos de tomadas de decisão para o planejamento do que pode ser feito para melhorar a vida das pessoas", afirma.
Foco nas pessoas
Ao abordar o tema "Benefícios em uma cidade inteligente", Jean Vogel, presidente da Câmara de Smart Cities da FIESC, ressaltou a importância de se pensar em primeiro lugar nas pessoas. "Cidades inteligentes, muito mais do que tecnologia são as pessoas, é planejamento", destaca. A economia cada vez mais digital faz com que o ambiente de negócios e os modelos destes negócios sejam modificados.
"[O modelo] exige uma cultura de inovação e de compartilhamento do conhecimento, em que o ativo mais importante são as pessoas. Uma cidade inteligente é aquela que tem uma cultura empreendedora, de planejamento e gestão, com capacidade de criar condições para a formação, atração e retenção de talentos, gerando novos negócios. Cidades que são hábeis em desenvolver esta capacidade, com uma economia diversificada e empresas de alta tecnologia, são ricas".
Aumento da eficiência dos modais de transporte
Na palestra que completou a agenda do primeiro dia do congresso, o engenheiro mecânico Kauá Aquino Abrahão, falou sobre "A contribuição dos Transportes Inteligentes para as Cidades". Aluno da primeira turma de MBI em Mobilidade Elétrica e Energias Renováveis do UniSENAI de Jaraguá do Sul, ele disse em um cenário em que o Brasil busca atingir a neutralidade na emissão de carbono impõe necessariamente o aumento da eficiência de modais de transporte, com veículos menos poluentes, uso de biocombustíveis e a renovação da frota automotiva. “Os veículos de transporte pesado para o transporte de cargas no Brasil têm idade média de 15 anos, e a renovação é muito importante para que se alcance a meta", disse, classificando como fundamentais as parcerias entre os setores público e privado e os incentivos para a produção de veículos com maior eficiência energética.
Capacitação e geração de negócios
O gerente executivo de Inovação do Instituto SENAI de Tecnologia, Maurício Cappra Pauletti, disse que a temática do evento traz relevância no âmbito das discussões que a indústria, instituições de ensino e pesquisa, fazem ao lado do poder público e organizações ambientais para que o Brasil esteja cada vez mais integrado a uma agenda de desenvolvimento econômico com sustentabilidade econômica, ambiental e social.
Pauletti citou as várias parcerias da FIESC, por meio do SENAI e do UniSENAI, direcionadas não só para a capacitação como para a geração de negócios. Em Jaraguá do Sul, por exemplo, o Instituto SENAI de Tecnologia dedica-se à mobilidade elétrica e energias renováveis, oferecendo serviços para as empresas e formação especializada com MBIs, graduações e especializações a profissionais e comunidade regional.
O presidente da Fapesc, Fábio Wagner Pinto, falou sobre ações de fomento que vêm sendo implementadas pelo Governo do Estado como para o desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da inovação. "São áreas que cada vez mais irão gerar oportunidades e eventos como o congresso ajudam a entender o contexto em que a tecnologia e a inovação são aplicadas para o desenvolvimento de soluções e no empreendedorismo, gerando oportunidades de negócios e empregabilidade", assinalou.
O Mobicit é uma iniciativa do SENAI/SC, por meio do seu Centro Universitário (UniSENAI) e do Instituto de Tecnologia em Mobilidade Elétrica e Energias Renováveis. O evento conta com o apoio do Governo do Estado (Fapesc) e da Weg.
Com informações da Assessoria de Imprensa da FIESC no Vale do Itapocu
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