Colega de escola propôs parceria para o desenvolvimento de aplicativo
Ideia é um QR Code para acionar aplicativo com bulas em áudio e que pode ser utilizado em outros sistemas, como pontos de ônibus
Florianópolis, 24.8.2021 - Com dificuldades para ler as letras miúdas das bulas de medicamentos, já há algum tempo dona Alair Zabot, de Tubarão, recorre à ajuda do neto, Alan. O que ela não imaginava é que com estes pedidos, estava instigando o adolescente a buscar uma solução mais abrangente. Alan, hoje com 16 anos, ponderou que o problema afeta outras pessoas, incluindo cegos e analfabetos. Há cerca de dois anos, o garoto começou a avaliar alternativas até encontrar uma solução na forma de um QR Code em alto relevo para acionar a bula em áudio em um aplicativo. Estudante do segundo ano do Ensino Médio de SESI e SENAI em Tubarão, Alan vê sua proposta em dois caminhos: a regulamentação federal para que a código seja aplicado em medicamentos e uma startup que possa desenvolver os aplicativos necessários. Nesta terça (dia 25), ele apresentará detalhes do QR Code Inclusivo à Secretaria de Governo da Presidência da República. Na outra frente, ele começa a conversar com a colega de escola Júlia Mendes, que se dispôs a ajudar no desenvolvimento tecnológico do sistema.
O alto relevo permite à pessoa cega identificar o código, que, apontado para a câmera de um smartphone, ativa o aplicativo. O sistema pode proporcionar soluções para outras áreas, como pontos de ônibus. Desde que teve a ideia do QR Code Inclusivo, Alan Zabot Costa priorizou buscar a aprovação de uma legislação nacional. Tentou contato com diversos parlamentares e esferas do Executivo. Recebeu o retorno do deputado federal Bosco Costado, de Sergipe, que fez a indicação ao Ministério da Saúde e hoje a proposta tramita no âmbito do Poder Executivo.
Quando soube da ideia de Alan, Júlia, que também é do segundo ano do Ensino Médio do SESI e SENAI em Tubarão, mas de outra turma, propôs a parceria para o desenvolvimento do aplicativo. Eles ainda estudam a possibilidade de criar uma startup. Alan e Julia cursam o ensino médio, com ênfase em ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática (modelo cuja sigla em inglês é STEAM).
As preocupações sociais de inclusão de pessoas tocam Alan desde os sete anos, quando ganhou um presente de Natal. Muito feliz, ele indagou à mãe, Isabelle, se todas as crianças tinham ganho, como ele, o presente tão desejado. A resposta negativa o sensibilizou e ele começou a pensar em formas de ajudar. A saída foi uma página no Facebook que recebeu o título de “Criança que faz a diferença”, com conteúdo monitorado por Isabelle e pelo marido Alan Ghisi Costa. Logo a página fez sucesso, sendo procurada por creches e asilos. Alan também mobilizou a comunidade para a doação de água aos atingidos pelo rompimento da barragem em Mariana-MG e, mais tarde, para a revitalização de praças em Tubarão. “Ele buscava ajuda para doações e de voluntários”, conta Isabelle, destacando que várias vezes ficaram pai, mãe e filho sozinhos pintando bancos de praças, pois nem todas as mobilizações surtiram o efeito sonhado. Em outros casos, o adolescente conseguiu mobilizar escolas por meio de gincanas intercolegiais.
Alan viajará a Brasília com apoio da FIESC. O convite inicial era para o dia 12 de julho, mas ele estava em fase de provas no Ensino Médio, conta a mãe, que é doceira e vende os brigadeiros com o marido com uma Food Bike – o casal tem a licença de vendedores ambulante. A nova data proposta foi para o dia 25, de imediato aceita pelo jovem. Mesmo que a escola estivesse em períodos de recuperação, ele sabia que estaria liberado.
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina – FIESC
Gerência de Comunicação Institucional e Relações Públicas - GECOR