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Este é o momento, sim, para falar em educação, defende Côrte

Em almoço com empresários de Brusque, presidente da FIESC disse que crise vivida pelo Brasil tem, entre outras razões, origem nas deficiências educacionais

Brusque, 6.5.2016 – Independentemente dos desafios nas áreas econômica e politica, a educação deve estar no centro da agenda nacional, defendeu nesta sexta-feira (6) o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte.  Ele reuniu-se com empresários no Almoço de Ideias promovido pela Associação Comercial e Industrial de Brusque (ACIBr).

“Me perguntam se isso é hora de falar em educação, com o País nessa crise, com a economia deprimida”, revelou Côrte, para logo responder. “Estamos passando por essa crise, entre outros motivos, em razão da educação. Os países que têm dirigentes públicos bem formados, não só na parte teórica, como ciências ou matemática, mas também em ética e responsabilidade social, vivem outra realidade. Se tivéssemos essa formação completa,  talvez não estivéssemos passando pela crise que estamos passando hoje”, disse.

No evento, ele explicou porque as entidades da FIESC (SESI, SENAI, IEL e CIESC) colocaram o tema, junto com a saúde dos trabalhadores, como ponto central da estratégia de atuação. A partir de levantamento sobre os níveis de escolaridade, em 2012, ficou claro que os relatos das empresas sobre as dificuldades de contratar profissionais qualificados eram reflexo do nível educacional aquém das necessidades de uma indústria cada vez mais exigente em decorrência da evolução tecnológica. E essa realidade é acelerada com o advento da chamada Indústria 4.0, também conhecida como manufatura avançada, em que as linhas de produção passam a ser inteligentes e digitalmente conectadas.

Desse diagnóstico surgiu o Movimento A Indústria pela Educação, liderado pela FIESC, com participação de entidades representativas dos trabalhadores das indústrias e de instituições públicas, como a Secretaria de Estado da Educação) e a União dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME-SC). Neste ano transformou-se em Santa Catarina pela Educação, com a adesão das federações empresariais do Comércio (FECOMÉRCIO), da Agricultura (FAESC) e dos Transportes (FETRANCESC).

Para mudar a realidade da educação, o presidente da FIESC também defendeu a valorização do magistério. “Só 2% dos que vão definir suas profissões querem ser professores no Brasil, mostram as pesquisas. Tem algo errado. Em Nova York, atualmente, cada vaga de professor é disputada por três candidatos com boas qualificações”, disse Côrte. “Temos que valorizar nossos professores, pagar melhor, mas também exigir que se formem e tenham qualificação”, completou, informando que a evasão dos cursos de licenciatura (que preparam professores) é de 50% no Brasil.

O industrial também citou dados do Fórum Econômico Mundial que mostram que 30% dos empregos atuais não existiam há dez anos e que 65% das crianças executarão atividades que ainda não existem. As novas formas de produção exigirão profissionais com características diferentes das atuais formações. Equipes multidisciplinares com elevado conhecimento técnico e habilidades socioemocionais, destacou Côrte.

Ao final, Côrte reforçou o convite para que os empresários façam todos os esforços possíveis para investir na educação de seus trabalhadores, porque isso é bom para eles, que têm a perspectiva de um futuro melhor, e para as empresas, que tornam-se se mais competitivas. 


 

Elmar Meurer
48 3231-4672
elmarm@fiesc.com.br

Assessoria de Imprensa
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina

 

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