Confira artigo do presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar

O Brasil precisa, sim, de equilíbrio fiscal. Mas não à custa de mais impostos. É inaceitável que, diante da necessidade de adequar as contas públicas, que se deterioram aceleradamente, o governo federal recorra sistematicamente a estratagemas arrecadatórios, como o aumento do IOF, e diante da forte reação da sociedade, avance sobre outros tributos.

Esse caminho, além de ineficaz, é perigoso: compromete o ambiente de negócios, reduz a competitividade e sufoca justamente quem sustenta o país — o setor produtivo. Assim, corrói o futuro da economia e, por consequência, gera uma arrecadação menor logo à frente, numa espiral negativa, cujo final é conhecido da população brasileira.

A carga tributária já é uma das mais altas entre os países emergentes. Ao insistir em elevá-la ainda mais, o Estado penaliza quem gera riqueza, empregos e arrecadação. O verdadeiro caminho para o equilíbrio fiscal está em uma reforma profunda do gasto público, que promova eficiência, combata desperdícios e reforce a responsabilidade na alocação dos recursos.

Também temos que enfrentar o grave problema do orçamento engessado, com vinculações e indexações automáticas que retiram do Executivo a capacidade de decidir onde aplicar os recursos. Isso significa revisar essas amarras constitucionais — inclusive em áreas sensíveis como saúde e educação — com critérios técnicos, foco em resultados e transparência.

O governo, contudo, repete a lógica fácil de aumentar impostos. Assim, mina a previsibilidade, desestimula investimentos e impõe riscos a setores estratégicos, especialmente à indústria. Nesse ritmo, em breve não haverá recursos sequer para honrar compromissos essenciais com aposentadorias, saúde, segurança e educação. Muito menos para investimentos. O País precisa romper com esse ciclo.

O diagnóstico aqui exposto é bem conhecido. O Brasil precisa de um ato de grandeza, de um projeto de nação; não apenas um projeto eleitoral, mirando a próxima eleição. Construir prosperidade duradoura, como sabem as nações vencedoras, exige sacrifícios de toda a sociedade. Manter a atual lógica é empurrar o país à beira do abismo fiscal — um custo que compromete o futuro das próximas gerações.
 

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