Florianópolis, 15.7.2016 – Ana Cláudia hoje tem 15 anos e, aos 4, foi adotada pela família Medeiros, de Florianópolis. Já os irmãos Guilherme, de 9, e Gustavo, de 15 anos, foram acolhidos pela família Santos, que mora em Joinville. Em comum, o fato de serem adotados sem atender aos critérios procurados pela maioria dos pretendentes à adoção: crianças menores de três anos, preferencialmente meninas e sem irmãos. Suas histórias foram contadas nesta sexta-feira (15), durante o lançamento da segunda edição da campanha Adoção Laços de Amor, uma iniciativa da Assembleia Legislativa (ALESC) em parceria com a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) e outras instituições ligadas ao tema. O objetivo é estimular adoções tardias, de grupos de irmãos, inter-raciais e de crianças e adolescentes com deficiência.
“Para nós que já estamos trabalhando há alguns anos com adolescentes que se encontram acolhidos nos abrigos do Estado, esse é um momento muito importante porque temos a oportunidade de debater as questões de adoção em Santa Catarina e também de divulgar o trabalho que realizamos com estas crianças, em parceria com o Tribunal de Justiça e a Associação dos Magistrados Catarinenses”, comentou o presidente da FIESC, Glauco José Côrte, na abertura do evento, referindo-se ao programa Novos Caminhos. “Até o início deste programa, quando completavam 18 anos, os adolescentes tinham que sair dessas casas sem nenhuma perspectiva de emprego. Nós iniciamos um trabalho com crianças a partir dos 14 anos. Já atendemos quase 600 abrigados nessas condições e temos a alegria de constatar que mais de 90 desses adolescentes capacitados estão empregadas na nossa indústria”, completou.
Por meio do programa Novos Caminhos, executado pela entidade em parceria com o Tribunal de Justiça (TJ/SC), a Associação dos Magistrados Catarinenses e a OAB-SC, as entidades da FIESC (SESI, SENAI e IEL) qualificam jovens de 14 a 18 anos com o objetivo de inseri-los no mercado de trabalho. O deputado estadual e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, Vicente Caropreso, registrou a importância do programa. “A FIESC tem antes disso se preocupado em fazer com que essas pessoas que vivem em abrigos, esperando adoção, levando um ato de dignidade para estas pessoas que não foram ainda acolhidas por famílias”, afirmou.
Outras entidades ligadas ao tema também apoiam a iniciativa que visa a sensibilizar o sistema de justiça sobre a necessidade de acelerar os processos de adoção no Estado, atualmente com 1.458 crianças esperando um lar. De acordo com o presidente em exercício do Poder Legislativo, deputado Aldo Schneider, a proposta desta vez é, além de sensibilizar, ter uma agenda de ações práticas. “A atividade de cada um de nós é excepcional no sentido de efetivamente fazermos um ser humano feliz, o que justificará o envolvimento de todos nós”, ressaltou.
Novos Caminhos – Durante o evento, que contou com debates de especialistas sobre o tema, o gerente executivo do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Natalino Uggioni, detalhou o programa Novos Caminhos. Desde o lançamento da ação, em 2012, as entidades da FIESC já registraram mais de 4,8 mil matrículas nos seus cursos. Até o final do ano, outros 80 adolescentes deverão ser empregados pela indústria. Em julho, o programa chegará a Caçador e região.
Além da ALESC e da FIESC, são parceiros da campanha o Tribunal de Justiça, Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SC), a Defensoria Pública, a Secretaria de Estado da Assistência Social, a Secretaria de Estado da Saúde, a Secretaria de Estado da Educação e a Federação Catarinense de Municípios.
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