Florianópolis, 26.11.2019 – O aperfeiçoamento dos ensaios que determinam a quantidade de açúcar em leite condensado e de carbamato de etila, uma substância que pode contaminar a cachaça, foram dois trabalhos apresentados pelo Instituto SENAI de Tecnologia em Alimentos de Chapecó, durante o 10º Congresso Brasileiro de Metrologia (Metrologia 2019), que está sendo realizado em Florianópolis de domingo (24) até esta quarta-feira (27). Os procedimentos e melhorias foram desenvolvidos no próprio instituto e permitem mais precisão nos ensaios, o que beneficia as indústrias e os consumidores. No total, profissionais do SENAI/SC apresentaram sete palestras no evento.
Jocinei Dognini, pesquisador especialista em desenvolvimento analítico do Instituto SENAI de Tecnologia Ambiental, de Blumenau, fez a primeira palestra, sobre a visão do SENAI para desafios da metrologia na indústria 4.0. Ele apresentou a rede de laboratórios de metrologia do SENAI/SC, composta por nove unidades, a primeira delas instalada em 1972. Juntos, esses laboratórios atendem 3 mil empresas por ano e possuem 600 ensaios acreditados em órgãos oficiais. Para Dognini, a metrologia do futuro, além de inteligente e interligada, ocupará um lugar de destaque no controle da produção das chamadas fábricas inteligentes. As técnicas e métodos metrológicos atuais sofrerão transformações significativas para tomadas de decisão no que tange padrões de qualidade. Essas inovações implicarão em novas necessidades metrológicas, de tal modo a impor um enorme desafio à metrologia para o acompanhamento da rápida evolução tecnológica.
A nova metodologia de análise da presença de açúcar no leite condensado, por cromografia líquida, foi apresentada por Maicon Zangalli e Maristela Dariz, profissionais do Laboratório Físico-Químico do IST Alimentos e Bebidas. A iniciativa busca a adequação aos regulamentos do Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O procedimento oferece opções precisas e exatas para controle dos processos de fabricação da agroindústria brasileira. Eles também falaram sobre os ensaios para detecção de carbamato de etila. O procedimento oferece metodologias de ensaio apropriadas para controle e garantia da cachaça. Desta forma, os produtos que forem submetidos a estes testes darão mais segurança aos consumidores, além de melhor atender às normas do setor.
Outras palestras apresentadas por profissionais do SENAI trataram de ensaios de proficiência (PEP), dos quais as unidades de Chapecó e de Blumenau são provedoras. Esses ensaios são utilizados para harmonização dos laboratórios, uma espécie de teste pelo qual cada laboratório pode analisar se seus resultados estão dentro dos parâmetros esperados. No Metrologia 2019, o Instituto de Alimentos e Bebidas, de Chapecó, fez três apresentações. A coordenadora do PEP, Joseane Bassani, participou de uma mesa redonda sobre o tema. Além disso, com a colega Daiane Chiarello, Joseane demonstrou nova técnica de manutenção e conservação celular e Marina Zuffo expôs os resultados do desenvolvimento de material de referência promovendo solução na confiabilidade de medição.
O laboratório do PEP do Instituto de Tecnologia Ambiental (Blumenau) apresentou os resultados de uma rodada pioneira em qualidade do ar. Conforme Tássia Saes e Darlei Hertel, o trabalho contribui para a melhoria contínua dos resultados emitidos pelos laboratórios prestadores de serviços da área.
Realizado no Centrosul, em Florianópolis, o Metrologia 2019 é uma realização da Sociedade Brasileira de Metrologia (SBM), do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), com apoio do SENAI. O evento foi aberto no domingo, em solenidade que contou com a participação de Américo Bernardes, presidente da SBM; Valnei Cunha, diretor da Divisão de Metrologia Química do Inmetro; Rudinei Floriano, presidente do Imetro-SC, e João Roberto Lorenzett, diretor de Operações do SESI/SC e SENAI-SC.
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