Florianópolis, 10.11.2016 – Os Estados Unidos seguirão sendo um dos principais destinos das exportações catarinenses, avalia o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte. Ele lembra que os EUA são o país que mais importa do Estado e que predominam na pauta itens de maior valor agregado. Ainda assim, destaca, a eleição do republicano Donald Trump reforça a necessidade das reformas estruturais no Brasil, para restabelecer a competitividade que a indústria perde depois que os produtos saem das fábricas, com impostos elevados, burocracia e graves deficiências na infraestrutura de transportes.
“Embora ainda precisemos de sinalizações mais claras sobre o que de fato o novo governo dos Estados Unidos fará no campo econômico, não acredito que a maior economia mundial se feche completamente”, diz Côrte, para quem o anúncio da equipe de trabalho de Donald Trump será um indicativo mais claro sobre as medidas que serão adotadas. “Mas, caso efetivamente restrinja importações, afetando países como a China, pode se acirrar a disputa em outros mercados para os quais exportamos e mesmo no brasileiro. Por isso é importante que a agenda de reformas do Brasil avance com celeridade, para assegurar a nossa competitividade”, destaca.
Desde 1997, os Estados Unidos são o principal destino das exportações catarinenses. A participação foi de 17% naquele ano, chegou a quase 27% em 2002 e em 2016 (no acumulado de janeiro a outubro), representa 16% dos valores embarcados por Santa Catarina. O país também é uma das principais origens das importações catarinenses, com 7% do total. Côrte lembra que um dos aspectos positivos na relação com os Estados Unidos é o fato de a balança comercial catarinense com o País ser superavitária, embora nos últimos anos o saldo comercial positivo tenha se reduzido.
Até 2015 os principais produtos exportados eram bombas de ar, partes para motores e motores elétricos, móveis e demais produtos de madeira. A partir de 2016, em função da BMW, os automóveis passaram a ser o principal produto catarinense exportado para o país. Nas importações os destaques são insumos, sobretudo do setor de químicos e plásticos, como polímeros de etileno e carbonatos, além de coques de petróleo e alguns produtos acabados como automóveis.
Agenda mantida – Na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a relação entre Brasil e Estados Unidos e? pragmática e não ha? nenhum sinal de que ela vá? mudar. Para a indústria, as prioridades continuam as mesmas, avalia o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade. A CNI continuara? dando prioridade a? agenda com os Estados Unidos e trabalhara?, por meio do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos, com sua contraparte americana, U.S. Chamber, para avançar na agenda de acordos entre os dois países (de comércio, de investimento e para evitar a dupla tributação) e para promover investimentos bilaterais.
A CNI avalia, ainda, que um maior isolamento norte-americano e? ruim para a economia mundial, o que inclui o Brasil, porque o país é o principal patrocinador político da globalização e do livre comercio. Sem a sua liderança, o protecionismo ganha força e a economia fica mais instável.
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