Santa Catarina tem um dos maiores PIBs per capita do Brasil, é referência em desenvolvimento industrial e em inovação. Mas quando o assunto é educação pública, acende-se um sinal de alerta.
O estado, que em 2005 estava entre aqueles com melhor desempenho educacional do país, hoje ocupa o 17º lugar no ranking que mede a qualidade da educação, o IDEB do ensino médio da rede estadual. O cenário é ainda mais preocupante quando se observa a aprendizagem efetiva: apenas 7% dos estudantes concluem o ensino médio com o nível adequado em matemática. A defasagem começa ainda no ensino fundamental: no 9º ano, apenas 22% dos alunos têm desempenho adequado nessa disciplina.
Esses índices evidenciam a urgência de intervenções eficazes, já a partir das etapas iniciais da educação básica, para que os estudantes não carreguem defasagens até o final da trajetória escolar.
Nas Escolas SESI, os resultados mostram que é possível mudar essa realidade. Com uma metodologia baseada na abordagem STEAM (ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática), os indicadores já estão evoluindo e vamos buscar resultados cada vez melhores. Hoje mais de 51% dos estudantes do 3º ano do ensino médio têm desempenho adequado em matemática – sete vezes mais que a média da rede pública.
O modelo pedagógico prioriza o desenvolvimento integral do aluno, com projetos interdisciplinares, cultura digital, trilhas de protagonismo e competências socioemocionais. Além disso, conta com educação bilíngue, laboratórios de robótica, programação e espaços maker.
Para ampliar o impacto, a FIESC vem firmando parceria com prefeituras para levar o seu modelo educacional para dentro das escolas públicas. Já são mais de 100 prefeituras atendidas. O objetivo é colaborar com a transformação da educação básica catarinense, por meio de uma proposta pedagógica moderna, com educação em tempo integral, tecnologias educacionais, cultura digital e desenvolvimento de habilidades socioemocionais.
Além disso, até 2030, devemos entregar 14 novas Escolas SESI de Referência, em diferentes regiões de Santa Catarina, com capacidade para atender milhares de estudantes, ampliando a nossa rede para 21 unidades.
Educação de qualidade não é apenas uma responsabilidade do poder público – é um compromisso coletivo. E a indústria catarinense está fazendo a sua parte para transformar realidades por meio da educação.
Mario Cezar de Aguiar
presidente da FIESC