O Edital de Inovação para a Indústria está com novidades na edição 2019. Estão abertas as inscrições para escolha de projetos inovadores em cinco categorias, entre as quais a Aliança Industrial, com um novo modelo de seleção. Nessa modalidade, as propostas devem ser apresentadas por um grupo de empresas, que se unem para compartilhar riscos financeiros e tecnológicos. A Aliança Industrial deverá ser composta por, no mínimo, duas empresas, um Instituto SENAI de Inovação ou um Instituto SENAI de Tecnologia. Os grupos podem ser formados ainda por instituições de ciência de tecnologia (ICT), universidades, startups e agentes financeiros.
O fluxo de recebimento de projetos também passa a ser contínuo, nas categorias atribuídas ao SENAI, sem datas fixas como anteriormente. Ou seja, a qualquer momento, no período desta edição, os consórcios de empresas podem apresentar seu plano de desenvolvimento de novos produtos ou processos. As propostas podem abordar qualquer tema relevante para a indústria brasileira, mas há preferência por projetos nas áreas de bioeconomia e sustentabilidade; fábricas e produtos inteligentes; materiais avançados; tecnologias produtivas e manufatura aditiva.
O Edital de Inovação para a Indústria é uma iniciativa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Serviço Social da Indústria (SESI). As propostas selecionadas recebem recursos e apoio para desenvolvimento de uma prova de conceito, passando por processos de validação, de protótipo e de teste na rede de 26 Institutos SENAI de Inovação, 58 Institutos SENAI de Tecnologia e nove Centros de Inovação SESI. Desde que foi o Edital criado, em 2004, foram selecionados mais de mil projetos inovadores, nos quais foram investidos mais de R$ 545 milhões.
IMPACTO – “O modelo dessa nova categoria do Edital é praticado nos países mais sofisticados em termos de inovação. Quando empresas se unem, concorrentes ou não, o impacto da inovação é muito maior. O escopo do projeto é mais debatido, as questões são mais profundas, a inovação tem muito mais chance de ser disruptiva”, explica o gerente-executivo de Inovação e Tecnologia do SENAI, Marcelo Prim. “O SENAI tem o papel de induzir inovação de maior impacto e está fazendo isso por meio do Edital para a Indústria.”
Os Institutos do SENAI também vão atuar como aglutinadores de empresas, especialmente nos casos em que uma companhia possua um bom projeto, mas não faça parte de uma aliança. “Estamos incentivando os Institutos do SENAI a fazer um trabalho prévio de aglutinar demandas. Ainda que a empresa não tenha uma aliança, deve procurar o Instituto mais próximo, que pode construir um grupo de empresas com o mesmo interesse para fazer projetos em conjunto”, recomenda Prim.
O Instituto SENAI de Inovação em Eletroquímica, em Curitiba, por exemplo, organizou um consórcio de 11 pequenas e médias empresas fabricantes de baterias a fim de desenvolver um novo produto para automóveis com sistema start stop. Cada empresa investiu R$ 110 mil, em parcelas suaves durante dois anos, no projeto com custo total de R$ 3,7 milhões. O principal benefício será sobreviver em um mercado que deve se transformar radicalmente nos próximos anos. Além de investir em um produto estratégico para a sobrevivência do negócio, o consórcio também permitiu a melhoria das baterias de chumbo-ácido que atualmente são comercializadas pelas participantes.
Na edição 2019, o Edital de Inovação para Indústria mantém a categoria Empreendedorismo Industrial, lançada há três anos, e que tem obtido enorme sucesso. Essa modalidade estimula a conexão entre grandes indústrias e startups, micro e pequenas empresas por meio de desafios específicos lançados por empresas consolidadas no mercado.
As instituições-âncora podem apresentar, a qualquer momento, chamadas para seleção de empreendedores. Cada projeto recebe investimento mínimo de 250 mil, podendo a grande empresa, a seu critério, empregar quantias superiores. Até o momento, foram lançados 20 desafios nessa categoria e, selecionadas 100 startups para apresentar soluções inovadoras.
CATEGORIAS – O Edital também possui, nesta edição, a nova categoria Aliança + produtiva, voltada a empresas participantes do Brasil Mais Produtivo. Na primeira fase do programa do governo federal, executado pelo SENAI, três mil empresas tiveram consultoria em técnicas de manufatura enxuta, ou lean manufacturing. A consultoria teve foco na redução de sete tipos de desperdícios e levou ao aumento de produtividade de 52%, em média. A intenção é que os empresários, que já tiveram ganhos com a participação no programa, continuem a buscar novas formas de elevar a produtividade de suas empresas.
O SESI, por sua vez, continua a selecionar projetos inovadores em duas categorias. Na modalidade Inovação em Segurança e Saúde no Trabalho (SST) e Promoção da Saúde (PS), o objetivo é selecionar propostas de desenvolvimento de adaptações ou customizações de novas tecnologias, serviços inovadores, soluções nos processos e produtos, aplicados às demandas industriais.
Já a categoria Inovação Setorial em Segurança e Saúde no Trabalho e Promoção da Saúde é direcionada às indústrias de construção, frigorífico, mineração, panificação, automotivo, alimentos e bebidas. Inclui temas como higiene ocupacional; ergonomia; fatores psicossociais; longevidade e produtividade; economia para saúde e segurança; estilo de vida e saúde; tecnologias para saúde e sistemas de gestão em SST. Os projetos serão realizados durante 18 meses, com investimento máximo de R$ 350 mil por proposta para a categoria Inovação em SST e PS e R$ 600 mil para a Inovação Setorial.
SAIBA MAIS - Acesse o site do Edital de Inovação para a Indústria 2019 e conheça os detalhes de cada uma das cinco categorias.