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Dificuldade de acesso ao crédito completa uma década como principal desafio financeiro da pequena indústria

Panorama da Pequena Indústria mostra leve melhora na avaliação do cenário para o setor

Florianópolis, 26.02.2024 - O Panorama da Pequena Indústria (PPI) fez um balanço dos últimos dez anos e constatou que as pequenas indústrias apresentam insatisfação com a situação financeira há uma década. O principal fator é a dificuldade de acesso ao crédito que enfrentam. 

A pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que, entre 2013 e 2023, os pequenos empresários industriais dos setores de construção e de transformação registraram dificuldade de acesso ao crédito em todos os 40 trimestres analisados. O índice ficou abaixo da média histórica em 21 dos 40 trimestres para a indústria de transformação, enquanto ficou abaixo da média histórica em 24 dos 40 trimestres para a pequena indústria de construção.

Confira o Panorama da Pequena Indústria na íntegra

Histórico da situação financeira

Em 2016, o Índice de Situação Financeira marcou o pior resultado da série com 29,5 pontos, reflexo do aumento das taxas de juros, que atingiu o maior patamar do período no terceiro trimestre de 2015, 14,25% ao ano. De 2015 a 2019, o indicador teve altas e baixas, mas sempre se manteve abaixo da média histórica (38,4 pontos).

Só em meados de 2020 que o índice se recuperou e, inclusive, registrou o maior valor da série (43,1 pontos). Um dos motivos foi a criação dos programas de apoio e incentivo às MPEs para superar a crise de Covid-19, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC), que facilitaram o acesso ao crédito para os pequenos industriais.

Vale destacar que, apesar disso, o Índice de Situação Financeira nunca alcançou a marca de 50 pontos, que separa as avaliações favoráveis das desfavoráveis. Isso se deve, principalmente, pela dificuldade de acesso ao crédito percebida em todos os segmentos.

Momento financeiro atual

Em 2023, o aumento da inadimplência fez com que os bancos adotassem critérios mais rígidos para concessão de crédito, como exigir mais garantias, oferecer prazos menores e, inclusive, custos maiores. No segundo semestre do ano, o Banco Central começou a reduzir a taxa básica de juros, 0,5 ponto percentual em cada uma das quatro reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).

Embora a medida não produza efeitos imediatos para as pequenas empresas, já melhora a expectativa dos empresários, refletida no Índice de Situação Financeira, que apresentou aumento e fechou o ano com 42,2 pontos.

Histórico de desafios além das finanças 

O PPI traz também o ranking dos principais problemas enfrentados pelas indústrias de pequeno porte em cada trimestre, segmentado por setor industrial (transformação e construção) desde 2015.

Apesar das oscilações ao longo da década, um dos problemas que permaneceu com alto percentual de assinalações, independentemente do segmento, foi a elevada carga tributária. A metodologia do panorama considera apenas o número de empregados por estabelecimentos (10 a 49 no caso de pequenas empresas). Portanto, há empresas que não são tributadas pelo Simples Nacional na amostra e há empresas que se enquadram no regime. Ambas demonstram que são, frequentemente, penalizadas pelo sistema tributário complexo e oneroso.

Perspectivas futuras

O Índice de Perspectivas da Pequena Indústria oscilou nos últimos dois anos em torno da média histórica (46,9 pontos), o que demonstra cautela dos empresários na hora de investir e contratar. Esse indicador sintetiza as expectativas de demanda por produtos, de número de empregados e de intenção de investimento para os meses seguintes. Agora, em janeiro de 2024, as expectativas começaram a subir novamente e o índice atual marca 49,4 pontos.

Esse aumento pode ser relacionado às medidas de apoio às pequenas empresas, como o programa Novo Brasil Mais Produtivo, que iniciou as operações em janeiro deste ano e pretende investir R$ 2 bilhões em 200 mil MPEs brasileiras; e o Programa de Apoio à Competitividade das Micros e Pequenas Indústrias (Procompi), que vai injetar R$24 milhões em soluções que reduzem custos e aumentam a competitividade das pequenas indústrias até 2026.

Com informações da CNI.
 

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