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Desperdício elétrico no Brasil equivale ao consumo de 20 milhões de residências

“É como se o Brasil tivesse uma usina de geração de energia, a terceira maior do país, produzindo somente para o desperdício”, afirma especialista; tema foi tratado durante reunião durante a reunião híbrida da Câmara de Energia da FIESC

Florianópolis, 30.8.2022 – O desperdício de energia elétrica no Brasil é estimado em 43 terawatt-hora (TWh) por ano, o que equivale ao atendimento de 20 milhões de residências. A análise foi apresentada pelo gerente de Pesquisa & Desenvolvimento e Inovação da Celesc, Thiago Jeremias, durante a reunião híbrida da Câmara de Energia da FIESC, nesta terça (30). Ele e o analista de Eficiência Energética da Weg, Jonatan Mamedes da Silva, trataram de eficiência energética na indústria. 

“É como se tivéssemos a terceira maior usina de geração de energia elétrica trabalhando somente para suprir esse volume desperdiçado”, afirmou Jeremias. Medidas lançadas nos últimos anos já permitiram a redução das perdas na ordem de 10 TWh. A redução do desperdício se torna uma oportunidade porque o custo de conservação de cada megawatt-hora (MWh) é de R$ 104, contra R$ 282 para cada MWh obtido na expansão do sistema de geração.

O gerente da Celesc destacou que diante das crises de geração de energia, sempre se discute mais a ampliação da geração do que a realização de programas de eficiência e conservação de energia. “No ano passado, por exemplo, passamos por mais uma grave crise hídrica, com a iminência de novo racionamento, e sempre nessas oportunidades se foca em aumentar a oferta, mas não se considera a possibilidade de redução do consumo”, destacou.

Geremias destacou que as concessionárias de energia elétrica são obrigadas a apresentar um edital por ano para projetos de redução de consumo – cada concessionária deve destinar 0,5% da sua Receita Operacional Líquida em programas de eficiência energética. “As indústrias catarinenses têm apresentado poucos projetos”, afirmou.

“A energia elétrica é invisível e muitas empresas gastam demais e pagam mais caro pelo insumo”, afirmou Jonatan Mamedes da Silva. Segundo ele, os motores são os maiores consumidores de energia elétrica no Brasil. “Cerca de 68% da energia elétrica produzida é utilizada na indústria”, disse. Ele acrescentou que os motores instalados no Brasil têm média de 19 anos, o dobro dos países mais industrializados. Além disso, grande parte destes motores já sofreram rebobinagens, que afetam seu desempenho aumentando o consumo de energia. “É necessário acompanhar a evolução na eficiência de equipamentos e sistemas. Há muitas novas tecnologias para utilizar a favor da redução do consumo de energia elétrica”, observou.

Jonatan apresentou alternativas de redução de consumo de energia na indústria. Segundo ele, a automação de processos apresenta as melhores perspectivas de ganhos de eficiência, na ordem de 60% e podem alcançar 57% dos processos. Outros ganhos possíveis com a automação de processos são a melhoria da qualidade de produto, eficiência no uso de insumos e redução de atividades operacionais. A substituição de redutores pode ter ganhos médios de eficiência de 35%, podendo chegar a 65% dos redutores instalados no país, além de proporcionar redução de custos de manutenção e aumento da confiabilidade operacional e vida útil dos equipamentos. Já a substituição ou redimensionamento de motores tem ganho médio de eficiência de 9% e alcance de 71% dos motores instalados, gerando adicionalmente ganhos em custos de manutenção e melhoria do fator de potência.

 

Reajuste da tarifa de energia elétrica

O presidente da Câmara de Energia da FIESC, Otmar Müller, comentou o aumento da tarifa de energia elétrica da Celesc – que chega à média de 16,8% para os consumidores industriais cativos e de 7,6% para os consumidores residenciais. Muller constata que cerca de metade da composição da tarifa referem-se a tributos (23,4%) da fatura e encargos (18,3%). Nos encargos estão os subsídios, de caráter social e são justos, mas sobre eles incide impostos”, alerta o empresário. Ou seja, há a incidência de imposto sobre o subsídio social. Por isso, Muller defende que os subsídios sociais sejam absorvidos pelo tesouro.

Ampliação da oferta de gás natural no Sul de SC

O diretor presidente da SCGás, Willian Lehmkuhl, anunciou a ampliação da oferta do insumo na região Sul de Santa Catarina a partir de 2024, com a implantação de sistema de compressão no gasoduto. “Tínhamos um gargalo de contratação de transporte especialmente para a Região Sul de Santa Catarina e que afetava o atendimento do Rio Grande do Sul. Conseguimos entrar num leilão da ANP e da TBG e vamos ter um incremento na capacidade de transporte de 77% para o Sul de Santa Catarina”, afirmou. “Vamos saltar de uma capacidade de fornecimento diário de 860 mil metros cúbicos para mais de 1,4 milhão de metros cúbicos.

Lehmkuhl ainda falou da expectativa de redução da tarifa do gás natural em Santa Catarina, de 6% em janeiro e 12% em julho de 2023. Para que esses índices sejam alcançados, é preciso que sejam mantidas as atuais taxa de câmbio e da cotação do brent (valor de referência internacional do preço do Petróleo). Essa redução, contemplada nos contratos de compra do gás natural pela SCGás, estava prevista quando do aumento de 41,05% da tarifa em julho passado.

 

​​​​​​Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
Gerência Executiva de Comunicação Institucional e Relações Públicas - GECOR

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