Florianópolis, 22.7.2016 – Na análise sobre a conjuntura política e econômica brasileira que apresentou à diretoria da FIESC, o ex-ministro e ex-presidente da Embraer Ozires Silva argumentou que “a magia da transformação está na educação”. Para conduzir as mudanças que ele entende como necessárias, defendeu que novas lideranças aflorem no país e que, por este caminho, seja realizada uma reforma na educação.
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“O sistema educacional brasileiro é simplesmente um fracasso”, afirmou Silva, ao lembrar os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA, na sigla em inglês), de 2014, realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento ou Econômico (OCDE). “A pesquisa mostrou que três países da velha Ásia – Cingapura, Coreia do Sul e China – lideram o ranking, enquanto três da nova América – Brasil, Uruguai e Colômbia – estão nas piores colocações”, salientou.
Fundador da Embraer, Ozires Silva enfatizou que os resultados das deficiências educacionais do País se refletem, por exemplo, na pauta de comércio exterior, dada a ênfase da exportação brasileira de commodities. “Nossa média de valor na exportação é de um dólar por quilo, enquanto que na importação é de dois mil dólares por quilo”, disse.
Silva também criticou duramente a ineficiência estatal brasileira. “O governo se tornou incompetente e consome, em seu metabolismo, a riqueza criada pela sociedade”. E complementou: “O Brasil é o sétimo país do mundo em criatividade, mas essa criatividade é destruída pelas ações do governo”. Ao destacar que “outros países realizaram as mudanças que o Brasil sempre adiou”, Silva conclamou a participação efetiva da sociedade nas decisões sobre o futuro da Nação: “somos cidadãos brasileiros e temos que ter uma ação extremamente ativa; não podemos ficar esperando as decisões que serão noticiadas no jornal de amanhã”.
Dalírio Beber
O senador Dalírio Beber também participou da reunião da FIESC e apresentou um balanço das ações de seu mandato, iniciado em 2015, após o falecimento de Luiz Henrique da Silveira, destacando atuação em favor de mudanças no pacto federativo, defendendo aumento da participação dos municípios na distribuição dos recursos arrecadados em impostos. Ele lembrou, por exemplo, que a Constituição estabelece o repasse de 25% da arrecadação para a educação e 15% para a saúde. No entanto, observou que os municípios catarinenses têm destinado em torno de 30% e 24% para as duas áreas, respectivamente.
“Nos últimos 20 anos, o Governo Federal criou muitos programas que resultam em mais despesas para os municípios”. Além disso, salientou que governo central realiza contingenciamentos que reduzem seu desembolso, mas que acabam sendo absorvidos pelos municípios por causa da pressão social local que existe. Beber defendeu ainda a urgência das reformas tributária, política, trabalhista e previdenciária, como relevantes para o Brasil.
Assessoria de Imprensa da FIESC