Florianópolis, 8.10.2020 – Entre os fatores que estão favorecendo a retomada do mercado automotivo no país estão a expansão do crédito, com a concessão de empréstimo para aquisição de veículos em alta, a taxa de juros em trajetória declinante e a inadimplência sob controle no caso de pessoa jurídica e em queda no segmento de pessoa física. As informações foram apresentadas em reunião virtual da Câmara de Desenvolvimento da Indústria Automotiva da FIESC, nesta quinta-feira, dia 8, pelo assessor econômico do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), Carlos Cavalcanti.
“O comportamento do crédito para concessão de novos veículos recuperou em V. Efetivamente, muito rápido. Acho que isso está associado a essa abundância de liquidez que se colocou na economia, o que faz com que os bancos comecem a ser mais flexíveis na concessão”, explicou Cavalcanti. Em sua apresentação, ele chamou a atenção para um dado apresentado recentemente pelo presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) que a cada dez propostas apresentadas para aquisição de veículos, oito estão sendo aprovadas, seja por bancos ou financeiras. “Acho que isso é número recorde. Posso estar enganado, mas não me lembro de ouvir algo dessa magnitude”, afirmou Carlos.
Apesar da retomada, as projeções de produção de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) indicam que o Brasil deve fechar 2020 com uma queda de 30% em relação a 2019.
Ele também destacou os desafios para uma retomada sustentável, como o equilíbrio das contas públicas, os gastos públicos estruturais elevados, com risco da perda de controle da relação dívida/PIB. E observou que há uma dúvida sobre como será a recomposição da renda das famílias quando se encerrar o auxílio emergencial do governo, no final do ano.