Florianópolis, 28.10.2014 – O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte, foi empossado vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria nesta terça-feira (28), em Brasília. O industrial compôs chapa de consenso, liderada pelo empresário mineiro e atual presidente da entidade, Robson Braga de Andrade. A eleição foi realizada em maio, para um segundo mandato de quatro anos.
Côrte integrará os esforços da CNI, que propõe ao próximo governo uma intensa agenda nas áreas da educação, eficiência do Estado, ambiente macroeconômico, segurança jurídica e burocracia; desenvolvimento de mercados, financiamento, relações do trabalho, infraestrutura, tributação e inovação e competitividade.
Na avaliação da CNI, nos próximos quatro anos, o Brasil precisa enfrentar diversos desafios para ganhar produtividade e retomar o crescimento da economia. O primeiro passo é estabelecer uma agenda clara, com objetivos, metas e sistema de gestão definidos.
Entre as prioridades dessa agenda da indústria estão a reforma tributária, a modernização das leis do trabalho e o aumento dos investimentos em infraestrutura. O setor defende uma reforma tributária que simplifique o sistema de arrecadação de impostos, acabe com a cobrança dos tributos em cascata desonere os investimentos e as exportações. “Isso garantiria espaço para novos investimentos e para o crescimento da economia. Hoje, o industrial, ou qualquer empreendedor que se disponha a fazer um investimento, começa a pagar tributos já na fase de investimento, bem antes do início da operação da sua atividade”, diz Côrte.
Para melhorar a infraestrutura do país, a CNI propõe aperfeiçoar a gestão, eliminar obstáculos, como o atraso das obras, reduzir a burocracia e aumentar os investimentos públicos e privados em estradas, portos, ferrovias e aeroportos, estabelecendo sistemas eficientes e integrados de logística. Além disso, é preciso fortalecer as agências reguladoras e criar um marco regulatório para o gás natural. A modernização das leis do trabalho deve priorizar a regulamentação da terceirização e a valorização das negociações coletivas.
Estatização do setor privado – Cada vez mais, o industrial tem dificuldades de fazer uma expansão, iniciar um novo empreendimento e até de mudar o seu produto, porque isso depende de autorizações do setor público, diz Côrte. “Nós temos alertado de que precisamos interromper este movimento de estatização do setor privado via burocracia; via exigências dos órgãos públicos dos três níveis. O setor industrial, particularmente, precisa ter mais liberdade, precisa ter condições de respirar e voltar a investir, a produzir, a gerar empregos”, afirma.