Florianópolis, 5.05.2023 - Mais do que conectividade, tecnologia e soluções a serviço do cidadão, cidades inteligentes sabem que devem ser competitivas, se manter modernas e atraentes, além de cultivar áreas verdes. A afirmação é de Raul Juste Lores, colunista da Rádio CBN SP que acompanha temas como urbanismo e inovação digital. Ele conduziu na sexta-feira (5) a primeira aula da especialização MBI Smart Cities, oferecida pelo UniSENAI por meio da Academia FIESC de Negócios.
“Nova York sabe dessa condição, por isso permanece numa liga muito especial de cidades. No Brasil, damos as costas a algumas cidades porque queremos criar algo novo, mas nada acontece. Aqui falta ousadia e vontade de fazer diferente”, opinou. Cidades como Saragoça, na Espanha, vêm se destacando pelo esforço de criar espaços divertidos e funcionais, de acordo com Lores. Outro exemplo é Singapura, que em dez anos atraiu eventos como a Fórmula 1, cassinos e celebridades. Agora, eles investem em hotelaria, manutenção de aeronaves e outros serviços para atender à crescente demanda da população.
“Se cidades inteligentes são bem-sucedidas, com qualidade de vida, poucas no Brasil se adequam a essa realidade. É impressionante que tenhamos políticas habitacionais milionárias que não melhoram, de fato, a vida das pessoas”, frisou Lores. Ele citou como exemplo os avanços registrados em Bogotá e Medelin nos anos 90, quando houve intervenção nas favelas. “Colômbia é mais pobre do que nós e conseguiu transformar suas favelas e o centro de Bogotá”, observou. “Temos que ser muito mais criativos e combater o conservadorismo. As cidades precisam ser ‘chacoalhadas’”, finalizou.
Inspiração
José Eduardo Fiates, diretor de inovação e competitividade da FIESC, relatou experiências observadas na recente missão realizada à Ásia. A delegação catarinense também conheceu o Incheon Free Economic Zone (IFEZ), que é o maior projeto urbano do mundo atualmente. Estão sendo construídas em 120 km² três ilhas que já abrigam a cidade do futuro, com vários sistemas de monitoramento e segurança, utilizando o que há de mais moderno em tecnologias de aprendizado de máquina.
Jean Vogel, presidente da Câmara de Smart Cities da FIESC, destacou que a indústria depende de um território desenvolvido, infraestrutura e talentos para se desenvolver. “Cidades inteligentes são plataformas para desenvolvimento de pessoas e negócios. A inovação precisa ser estimulada em todos os cantos da cidade, com sinergia, para a geração dos negócios”, reforçou.
No sábado, dia 6, o grupo participa da primeira imersão do curso, que será no bairro inteligente Cidade Pedra Branca, em Palhoça. Pela manhã, os integrantes da formação acompanham às 10h, na FIESC, painel com o procurador federal da Advocacia Geral da União, Bruno Portela, e o diretor de inovação e competitividade da FIESC, José Eduardo Azevedo Fiates.
Formação inédita no país
Outras três imersões estão programadas ao longo da formação: em Curitiba, Joinville e Barcelona. Com carga horária de 360 horas, a pós-graduação é certificada pelo UniSENAI e visa formar profissionais para gerenciar a elaboração e a implantação de projetos para cidades inteligentes; realizar análise de oportunidades e necessidades; e criar estratégias de desenvolvimento e aplicação de tecnologia. O curso abordará conteúdos como inovação, desenvolvimento territorial, legislação, as dimensões da cidade inteligente e suas áreas de desenvolvimento (educação, saúde, mobilidade, energia, governança, segurança, sustentabilidade, conectividade, entre outras), tudo isso tendo a tecnologia como um tópico transversal. O MBI conta com um módulo exclusivo para o desenvolvimento de projetos para cidades inteligentes a serem aplicados no mundo real, onde serão abordados tópicos de escrita de projetos e editais, gestão de projetos e capitalização de iniciativas de cidades inteligentes. Durante a especialização, os participantes integrarão ainda missão internacional a Barcelona.
Assessoria de Imprensa
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC