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Brasil tem oferta de gás garantida, mas desafio é desenvolver o mercado

Sócio-diretor da Gas Energy disse que o País tem todas as condições para fazer mudanças e buscar um modelo possível. “Saída” da Petrobras da cadeia do gás possibilitará um ambiente mais competitivo, com a entrada de novos agentes

 

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Florianópolis, 16.6.2016 – A oferta de gás natural para os próximos dez anos está garantida, mas o desafio do Brasil é viabilizar o desenvolvimento do mercado, afirmou o sócio-diretor da Gas Energy, Marcos Tavares. Ele participou do encontro “Troca de Ideias”, realizado pela SCGás em parceria com a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), nesta quinta-feira (16), em Florianópolis. “A saída para o gás é buscar um modelo possível. Temos todos os elementos: oferta nacional e internacional, custos competitivos e pessoas nas áreas-chave para montar essa estrutura que daria uma nova história para o gás natural e realmente começar um mercado diferenciado no nosso país”, afirmou.


As perspectivas são de crescimento na produção brasileira a partir do pré-sal e também na oferta internacional, principalmente dos Estados Unidos. “Teremos um novo paradigma e precisamos nos conectar a esse mercado que cada vez mais vai ser uma commodity”, afirmou Tavares.

Na opinião dele, é necessário mudar a regulação do setor, especialmente da Lei do Gás, para garantir avanços e deixar de ser tão concentrado. Ele explicou que o momento para fazer isso é agora, com a mudança no comando dos entes reguladores e com a sinalização de saída da Petrobras da cadeia de gás. Esse ambiente abrirá espaço para outros agentes e para o surgimento de um mercado mais competitivo, como ocorreu na Argentina. Ao “desregulamentar” o setor, o país vizinho ganhou 40 novos ofertantes do insumo, aumentando exponencialmente o número de consumidores.

Na abertura do encontro, o 1º vice-presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, lembrou que a indústria responde por 85% do consumo do gás no Estado. “São 227 empresas que utilizam o insumo. A redução do preço (desconto médio de 15%), anunciada recentemente pela SCGás, é muito bem-vinda. Ultimamente, as notícias têm sido de crescimento dos custos para as indústrias. A diminuição do preço é uma notícia alvissareira que vem para melhorar a competitividade do setor”, disse.

O diretor-presidente da SCGás, Cosme Polêse, não descartou novas reduções da tarifa, puxadas pela retração do preço do barril de petróleo no mercado internacional. “O desenho para o futuro é de continuar em queda e isso é positivo, beneficiando quem quer fazer investimentos”, afirmou.

Em relação à expansão da rede para outras regiões do Estado, Polêse declarou que faltam recursos para investir, mas a companhia está estudando alternativas. “Não trabalhamos com recursos públicos, mas com dinheiro do mercado. As atividades da empresa têm que produzir lucro e do lucro fazemos os investimentos em infraestrutura de gás. Para um Estado que recebeu gasoduto na costa catarinense fazer um gasoduto para atravessar o Estado é oneroso e difícil – para construir a rede até Lages são necessários R$ 150 milhões”, explicou, destacando que a empresa está estudando a interiorização pelo “modal virtual”, que é o transporte de gás por meio de caminhões ou contêineres. “É uma modalidade nova que vem ganhando espaço no mundo e temos a obrigação de estudar e, eventualmente, apresentar como solução para Santa Catarina”, completou.



 

 

 

Dâmi Cristina Radin
Assessoria de Imprensa da FIESC
48 3231 4670 | 48 8421 4080
damicr@fiesc.com.br

 

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