Florianópolis, 11.11.24 - O Brasil tem uma cadeia produtiva bem estruturada e uma das mais completas para fabricar motores a combustão e exportá-los para os países em que a adoção dos carros elétricos será mais lenta. Mas para assumir a liderança nesse segmento será necessário aumentar a competitividade para inserir o país na nova configuração das cadeias de suprimentos. A avaliação foi feita pelo presidente do Sindipeças Nacional, Cláudio Sahad, em reunião da Câmara de Desenvolvimento da Indústria Automotiva da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), na sexta-feira, 08.
Ele destacou que o Brasil pode se inserir na descarbonização do setor de transporte por duas principais vias. “Podemos ser grandes fabricantes de veículos abastecidos com etanol e nos tornar um hub produtor e exportador de motores e veículos a combustão, que deixarão de ser produzidos nos EUA e Europa”. Para ele, o país pode ocupar esse espaço, já que o mundo ainda vai observar a coexistência de várias rotas tecnológicas pró-descarbonização, que levam em conta as especificidades de cada mercado.
A segunda via é a atração de investimentos dentro da nova configuração das cadeias globais de suprimento, em virtude da matriz energética brasileira, que com 47,4% oriunda de fontes renováveis, contra 14,7% do resto do mundo. Na avaliação de Sahad, para que o país possa se aproveitar desse diferencial competitivo, é preciso pensar em políticas públicas capazes de explorar adequadamente esse potencial. Entre elas a aceleração da criação do mercado de carbono.
Elétricos
Por outro lado, o presidente do Sindipeças Nacional destaca que o país precisa de uma política mais incisiva em relação às importações de veículos elétricos da China, a exemplo dos Estados Unidos e Europa, que recentemente sobretaxaram os automóveis de fabricação chinesa.
Segundo ele, o Brasil tem um dos mercados mais atrativos para exportações e é necessário revisar o atual nível tarifário aplicado na importação de veículos elétricos, híbridos e suas autopeças. “Temos de pressionar o governo pela recomposição do imposto de importação para 35%, e fazer isso já. A China tem 40% de ociosidade em suas montadoras e precisa desovar sua produção para o mundo”, frisa Sahad.
Ele explica que o Brasil ganha atratividade para as vendas chinesas também porque os elétricos estão ocupando espaços mais lentamente do que o previsto em mercados como Europa e EUA. Isso porque os investimentos na infraestrutura de recarga nesses países são elevados e com prazo de retorno lento.
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
Gerência de Comunicação Institucional e Relações Públicas
Quer ficar por dentro das principais notícias sobre economia e negócios em Santa Catarina, no Brasil e no mundo? Assine a newsletter Indústria News e tenha acesso todos os dias a melhor curadoria de conteúdo econômico, além de notícias exclusivas sobre a indústria catarinense. Você escolhe como receber: direto no seu e-mail, no WhatsApp, ou no LinkedIn. Assine.