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Baixo investimento afeta ritmo da recuperação, avalia Samuel Pessoa

Em reunião do Conselho Estratégico da FIESC, realizada nesta segunda-feira (20), o economista defendeu urgência da reforma da previdência para reduzir o déficit fiscal

Florianópolis, 20.11.2017 – Depois de mergulhar numa crise sem precedentes, o Brasil começa a retomar a trajetória de crescimento econômico. Contudo, a recuperação será lenta, principalmente em função do baixo nível dos investimentos e apesar de algumas surpresas positivas como a queda da inflação (que chegou até o setor de serviços e cuja espinha dorsal foi quebrada pela crise) e a melhora do cenário externo, com crescimento econômico na Europa e queda da inflação nos Estados Unidos. A avaliação foi feita nesta segunda-feira (20) pelo economista Samuel Pessoa durante reunião do Conselho Estratégico da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC). Sem o ajuste fiscal, que passa pela reforma da previdência, alertou, as alternativas são alta nos impostos ou inflação.

“Não estamos enxergando no ano que vem uma forte retomada do investimento. Estamos trabalhando com crescimento de 2,5% PIB e de 2,5% para o investimento. Ora, um crescimento de 2,5% nos investimentos depois de uma queda 33% (em relação a 2013) é rigorosamente nada”, afirmou. Há dois fatores que contribuem para esse cenário. O primeiro é a incerteza quanto ao ajuste fiscal, cujo cerne é a reforma da previdência. O segundo, afirmou Pessoa, é que há sobreinvestimento em alguns setores, que estão endividados e não estão gerando caixa. “Isso explica também a lentidão da recuperação. Uma série de setores demandam mais tempo para que a digestão ocorra, para que os estoques caiam e os níveis de capacidade instalada subam”, completou.

Na opinião do economista, há um problema pendente que é como a política vai entregar o necessário ajuste fiscal na casa dos 4 a 5 pontos percentuais do PIB, muito mais significativo que o realizado na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, que foi da ordem de 3%. “Qual vai ser o desenho do ajuste fiscal que vamos fazer? Antes de haver uma resposta para essa pergunta, o nível de incerteza ainda será muito grande. A dívida pública continua crescendo e não está claro qual será o fim desse processo. Assim, não se sabe se o ajuste será por meio de elevação de tributos, se por meio de corte de despesa, se por um pouco de cada um, ou se por meio da aceleração permanente da inflação”, pontuou.

O Brasil passou pela maior crise dos últimos 120 anos, informou Pessoa, considerando a queda do PIB. No quadriênio 2014 – 2017 a perda supera os 7%, enquanto no segundo pior momento, durante a crise da dívida externa, entre 1981 e 1984, a queda do PIB ficou em 6,5%. Pessoa acrescentou que a atual também é a mais longa crise, pois levará oito anos para o País retomar o nível do PIB per capita de 2013.

Durante o encontro, o presidente da FIESC, Glauco José Côrte, apresentou um panorama dos principais números da indústria catarinense e destacou que um dos dados mais significativos é a geração de empregos. No acumulado do ano até setembro o setor de transformação criou 26,7 mil vagas. “Quem vem puxando a geração de empregos é a indústria de transformação. Nosso desempenho é sempre superior à média brasileira”, avaliou, observando que este é o melhor resultado dos últimos três anos e o melhor para o mês de setembro desde 2013. “É o segundo maior saldo de vagas de emprego em 2017 na indústria de transformação brasileilra. Nossa taxa de desocupação continua sendo a menor do País (6,7%)”, declarou.

Côrte também destacou o Índice de Atividade Econômica do Banco Central, indicador considerado uma prévia do PIB, que acumula alta de 3,1% até agosto. No período, o Brasil cresceu 0,3%. A produção industrial catarinense acumula expansão de 3,6% até setembro, e no período as vendas do setor aumentaram 1%.

Na reunião também foi apresentado o desempenho do SENAI/SC na WorldSkills Competition, a olimpíada internacional de educação profissional, realizada em outubro, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. O catarinense Bruno Davila Gruner, aluno do SENAI em Jaraguá do Sul, conquistou a medalha de ouro em Polimecânica e Automação. Outros quatro representantes do SENAI catarinense conquistaram medalhas de excelência. O bom desempenho do Estado contribuiu para que o Brasil alcançasse a segunda maior pontuação entre os 68 países que disputaram a competição.

Outro tema abordado foram as ações do SESI/SC no âmbito da Aliança Saúde Competitividade para promoção da saúde e segurança no trabalho. Foram realizados 15 workshops com mais de 600 participantes em todas as regiões catarinenses, com o objetivo levantar, consolidar e priorizar as necessidades dos industriais na área. Por videoconferência, o empresário Giuliano Donini abordou a mobilização, em Jaraguá do Sul, para uma vida mais longeva e saudável. A iniciativa está em andamento na cidade, com o apoio de empresários e lideranças locais para tornar o município referência em saúde. Ele também destacou o projeto gestão de saúde aplicado na empresa Marisol.

Indústria News

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