Florianópolis, 30.7.2020 - O setor da construção civil está preocupado com o aumento de preços de insumos registrado no período de março a julho, desde que começou a pandemia. A constatação foi feita por meio de uma pesquisa com 462 construtoras, de 25 estados do país, realizada de 16 a 21 de julho, pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). No levantamento, os empresários informaram a elevação nos preços de 14 insumos.
“Estamos em meio a uma gravíssima crise econômica e a uma pandemia e toda a sociedade está sendo convidada a cooperar para a superação; por isso, esses aumentos não são bem-vindos”, afirma o presidente da câmara do setor em Santa Catarina, Paulo Obenaus. “A inflação está baixa e as convenções coletivas de trabalho estão praticamente repondo a inflação; não há justificativa para elevações nestes níveis”, acrescenta.
Obenaus entende que principalmente as construtoras do interior do estado não poderão repassar os custos aos clientes. “Construímos imóveis para as pessoas morarem e não para lazer e, por causa da crise, o consumidor refreou as compras”, destaca. “Aqui em Jaraguá do Sul, por exemplo, não conseguimos vender para trabalhadores de alguns setores”, acrescenta.
O empresário acredita que a elevação dos preços tenha sido determinada pelo aumento da demanda no varejo. “As pessoas estão mais tempo em casa e constatam os pequenos problemas que a residência apresenta, uma torneira ou uma válvula hidráulica, uma instalação elétrica, isso faz com que o microconsumo se eleve”, salienta o construtor. “Mas a necessidade desses reparos deve cair; além disso, com o fim da pandemia as pessoas passarão a sair mais de casa. É provável que essa demanda retorne aos padrões convencionais”, diz Obenaus.
Assessoria de Imprensa
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina