Acesse aqui a cobertura fotográfica no Flickr da FIESC
Florianópolis, 26.7.2019 – Os desafios e as oportunidades gerados pelo acordo de livre comércio firmado pelos países do Mercosul com a União Europeia foram discutidos em reunião da diretoria da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), nesta sexta-feira (26). O presidente Mario Cezar de Aguiar destacou que o acordo traz benefícios, mas muitas preocupações também.
Para a presidente da Câmara de Comércio Exterior da FIESC, Maria Teresa Bustamante, o acordo foi construído em 25 anos de negociações e chegou em um momento em que o Brasil adota uma política econômica de caráter liberal. Ela lembrou que o acordo envolve 32 países – 28 europeus e quatro sul-americanos – que totalizam uma riqueza de 21 trilhões de dólares e mais de 700 milhões de consumidores. “A indústria brasileira - e catarinense - vai concorrer diretamente com produtores extremamente organizados, que têm tecnologia avançada, capital disponível, normas e regras estabelecidas com segurança jurídica e que, acima de tudo, são indústrias que partem de planejamento estratégico e que o comércio internacional faz parte de sua decisão estratégica”, disse. Ela salientou que o programa de Internacionalização da Indústria Catarinense, promovido pela FIESC, defende exatamente que as empresas do setor adotem a mesma estratégia.
Maria Teresa citou que os principais riscos para a indústria brasileira são o aumento da concorrência global no mercado interno, aprovação unilateral do acordo (sem contrapartida ou demora na aprovação de outros países), aplicação do princípio de precaução (saúde e segurança, produtos agro-industrializados), dificuldade no cumprimento de normas sanitárias, fitossanitárias e técnicas, exigência de cumprimento das medidas de meio ambiente e segurança e a inércia governamental em apresentar soluções para problemas que estão em sua alçada, entre os quais estão, por exemplo, a reforma tributária, a infraestrutura e logística e linhas de financiamento para PME’s.
Por outro lado, o setor industrial brasileiro e catarinense podem aproveitar oportunidades como a possibilidade de aumentar a competitividade da empresa, buscar maior produtividade, redução de encargos na produção, incremento na transferência tecnológica e a inovação, e-commerce e novas formas globais de comércio, fortalecimento do papel institucional das entidades empresariais e cooperação, complementação e maior participação na cadeia global de fornecimento.
Ela lembrou que o acordo é extenso e prevê ações baseadas em aspectos políticos (legislação, políticas públicas), de cooperação (cibersegurança, combate à corrupção e ao crime organizado, não proliferação de armas ) e de livre-comércio (aspectos relacionados às negociações empresariais e setoriais).