Florianópolis, 04.7.2018 - A implantação de um terminal de regaseificação, planejando para a Baia da Babitonga, em São Francisco do Sul, na região norte-nordeste de Santa Catarina, e de uma usina termelétrica em Garuva, 40 quilômetros distante, são projetos estruturantes que garantirão a ampliação do suprimento do gás natural no estado. A análise foi feita pelos presidentes da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, e da Câmara de Energia da entidade, Otmar Josef Müler, durante o evento “Conhecendo a Indústria”, nesta quinta (4), na sede da FIESC. Iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o encontro reuniu assessores parlamentares e técnicos dos ministérios da Economia, Casa Civil e Minas e Energia e Agência Nacional do Petróleo (ANP) – que estão tratando da nova legislação sobre o tema –, além de integrantes de entidades representativas. “Precisamos garantir de fornecimento e reduzir custos”, salientou Aguiar, ao lembrar que o setor industrial responde por 82% do insumo no estado.
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“Mesmo a indústria estando com sua capacidade ociosa, já se atingiu o limite de fornecimento, tanto do contrato quanto da capacidade física de transporte pelo gasoduto; isso impede uma retomada das atividades fabris e do crescimento econômico”, alertou Müller. Conforme explicou, Santa Catarina alcançou o consumo médio de 2 milhões de metros cúbicos diários, que corresponde exatamente ao volume contratado com a Petrobras em 1996 – um acordo que se encerra em março de 2020. Diante disso, o presidente da Câmara e Energia destacou a necessidade de alternativas de suprimento, entre as quais cita a flexibilização das regras de mercado – o que inclui abertura e desverticalização e autoprodução –, chamadas públicas das distribuidoras para novos fornecedores; renovação de contrato de compra com a Bolívia, a ampliação da capacidade de transporte do gasoduto, além do terminal de regaseificação e da usina termelétrica no norte de Santa Catarina.
“Esses dois projetos vão equacionar em definitivo a fornecimento do gás natural em Santa Catarina”, salientou Mario Aguiar, ao defender a aprovação de ambos. O terminal permitirá que o gás natural seja importado de qualquer região do planeta – para possibilitar o transporte por navios, o produto passa por um processo de liquefação. A capacidade de regaseificação prevista é de 15 milhões de metros cúbicos diários. A usina termelétrica é uma forma de viabilizar o terminal, garantindo o consumo de 6 milhões de metros cúbicos por dia. Restarão, assim, 9 milhões de metros cúbicos/dia, que podem ser comercializados em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e mesmo São Paulo.
O gás natural é o principal insumo energético de alguns segmentos industriais, como os de cerâmica – que, em Santa Catarina, responde por 44% do consumo – e de vidro. “Ele pode chegar a 30% do custo de produção no setor cerâmico”, destacou Aguiar. Otmar Müller lembra que, devido aos custos de produção, no final dos anos de 1990, o polo cerâmico catarinense, então o principal do país, teria se transferido para São Paulo caso o gás natural não fosse fornecido em Santa Catarina. O gás natural começou a ser fornecido no estado em março de 2000, quatro anos após o início da construção do gasotudo. Hoje, Santa Catarina tem o segundo maior número de municípios atendidos e a segunda maior rede de gasoduto do país. O setor industrial catarinense é o sexto maior consumidor de gás natural no Brasil e o maior da Região Sul.
O evento “Conhecendo a Indústria” prossegue nesta quinta à tarde, com visita à Cebrace, indústria de vidros na cidade de Barra Velha, no Litoral Norte de Santa Catarina. Na sexta (5), será realizada visita à Portobello, de cerâmica, em Tijucas, e depois à concessionária SC Gás, em Florianópolis.
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina – FIESC
Assessoria de Imprensa