Florianópolis, 22.6.2015 – Empresas de Santa Catarina e do Paraná faturaram apenas 38% dos R$ 165 milhões que as 73 unidades do Exército nos dois Estados, subordinadas à 5ª Divisão, gastaram em 2014. A maior parte, 62%, foi absorvida, por meio de licitação, por fornecedores de outros Estados. A informação foi dada pelo comandante da Divisão, general Luiz Felipe Kraemer Carbonell, durante o Painel Projetos Estratégicos Indutores da Transformação do Exército e Oportunidades para a Indústria, realizado nesta segunda-feira, 22, na Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC). O evento foi promovido pelo Comitê da Indústria de Defesa da FIESC, em parceria com a 5ª Divisão de Exército.
Além das despesas operacionais, no painel foram apresentados os sete projetos estratégicos, que estão sendo desenvolvidos e que podem gerar oportunidades para o setor industrial. O coronel João Paulo Da Cás, chefe da Seção de Relações Institucionais do Escritório de Projetos do Exército, salientou que a instituição pretende fortalecer a “base industrial de defesa”, com o uso intensivo de conteúdo nacional nestas iniciativas.
O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, destacou a ampla capacidade da indústria de Santa Catarina participar das parcerias. “Santa Catarina tem 50 mil indústrias, que geram mais de 800 mil empregos. O Estado tem uma economia diversificada e descentralizada, que proporciona um equilíbrio que outros estados nem sempre têm”, afirmou. “Por menor que seja o município, temos pelo menos uma pequena, mas moderna indústria. O industrial tem a vocação para manter sua indústria atualizada, ele gosta de ir ao exterior, participar de feiras, verificar o que há de mais moderno e procura trazer essas novidades para sua empresa; o industrial catarinense tem esse espírito inovador na veia”, salientou.
Para o coordenador do Comitê da Indústria de Defesa da FIESC, Cesar Olsen, “o Exército adquire praticamente todos os produtos de consumo, de alimentos a equipamentos de informática”. Ele citou, como exemplo, os “alimentos liofilizados, que podem ser desenvolvidos com apoio do Instituto de Tecnologia em Alimentos e Bebidas do SENAI”.
Apresentados pelo coronel Da Cás, os sete projetos estratégicos representam novo modelo com a base industrial de defesa, em um plano de transformação do Exército Brasileiro. Entre as iniciativas está o desenvolvimento de mísseis tático e foguete guiado, que integra 60 indústrias e 8 mil empregos, com 80% de conteúdo nacional. A criação de sistemas modulares de defesa – armas, comunicação e controle – geram 2,3 mil empregos, nas 40 indústrias envolvidas. O plano de defesa cibernética (centros tecnológicos, telemática e de tecnologia da informação e comunicçaão) envolve 25 empresas e inúmeros laboratórios e organizações de tecnologia. Mais de 50 indústrias participam do desenvolvimento de uma nova família de viaturas de blindagem, que terá 90% de conteúdo nacional. Os centros de comando e controle, com ênfase em desastres naturais envolvem 3,7 mil municípios e 20 agências. A proteção de fronteiras - para os 17 mil quilômetros de fronteira nacional envolve 22 indústrias e 588 municípios, com meta de alcançar 75% de conteúdo nacional.
Ao apresentar a estrutura das unidades operacionais do Exército em Santa Catarina, o comandante da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, General de Brigada Richard Fernandez Nunes, salientou que, pela quantidade de oficiais e recrutas que envolve, cada uma dessas unidades corresponde a uma grande indústria. No Paraná e Santa Catarina, existem 8,1 mil recrutas, cujos soldos totalizam R$ 5 milhões por mês.
A FIESC está articulando a maior participação das indústrias catarinenses nos projetos do Exercito. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail comdefesa@fiesc.com.br.
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