Para acompanhar o desempenho da indústria de Santa Catarina e apoiar no desenvolvimento de estratégias de médio e longo prazo, o Observatório FIESC lança o Atlas da Competitividade da Indústria Catarinense. O levantamento inédito inclui o Índice de Competitividade Industrial (ICI), que coloca Santa Catarina como o segundo estado mais competitivo do Brasil, e avalia o desempenho dos setores industriais e das mesorregiões catarinenses.
- Introdução
- Índice de Competitividade Industrial (ICI) dos Estados
- Competitividade Setorial
- Competitividade Regional
Introdução
A competitividade industrial está relacionada à capacidade de um país ou região aumentar a participação da indústria no mercado nacional e internacional, enquanto se desenvolve em setores e atividades de maior valor agregado e tecnológico. Esse fator é chave para o desenvolvimento econômico e social de uma comunidade – e por isso tem papel fundamental na elaboração de políticas de médio e longo prazo.
O Atlas da Competitividade da Indústria Catarinense, elaborado pelo Observatório FIESC, surge como uma ferramenta de análise comparativa do nível de competitividade das diferentes cadeias produtivas de Santa Catarina, a partir de elementos econômicos, sociais e culturais. A publicação aborda 15 setores industriais e as seis mesorregiões do estado na comparação com 126 países e as 27 unidades da federação do Brasil.
O estudo marca ainda o lançamento do Índice de Competitividade Industrial (ICI) dos estados, elaborado a partir da análise da capacidade de produzir e exportar bens manufaturados e da intensidade tecnológica da produção e exportação. Santa Catarina desponta como uma das estruturas industriais mais competitivas do Brasil.
Destinado para industriais, governo, academia, associações, sindicatos entre outros atores do ecossistema, o estudo é uma ferramenta fundamental para identificar potencialidades e traçar novas rotas de desenvolvimento. O Atlas da Competitividade da Indústria Catarinense revela a diversidade das forças produtivas setoriais e regionais do estado, a rede de atores e de recursos existentes nos ecossistemas regionais e evidencia o nível de competitividade industrial catarinense.
Aponta ainda setores e cadeias produtivas em que a indústria do estado tem competitividade global, como é o caso de Alimentos, os Equipamentos Elétricos, Têxtil e Confecções, além de Móveis e Metalurgia. Outro aspecto importante diz respeito às potencialidades das seis grandes mesorregiões do estado, fator que reforça a capilaridade da indústria em todo o território.
A indústria é um dos principais motores da economia do estado e tem contribuição fundamental para o desenvolvimento, a geração de emprego, riqueza e bem-estar dos catarinenses. Por isso, o assunto é tão relevante. Ampliar a competitividade da nossa indústria é ajudar a garantir o futuro de Santa Catarina.
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Índice de Competitividade Industrial (ICI) dos Estados
O Índice de Competitividade Industrial (ICI) dos estados considera dois fatores para a definição de seu cálculo: a capacidade de produzir e exportar bens manufaturados e a intensidade tecnológica da produção e exportação, assim como é visto no Competitive Industrial Performance Index (CIP), da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNIDO). A estrutura produtiva de Santa Catarina (0,167) foi classificada como a segunda mais competitiva, com índice muito próximo ao do primeiro do ranking, São Paulo (0,168). Diversificação setorial e especialização regional são características estruturais marcantes da indústria catarinense.
A indústria catarinense também contou com grandes investimentos de empresas já tradicionais, tanto em novas unidades como em expansões das antigas. Exemplos podem ser encontrados nas mais diversas áreas, como o setor de Madeira em Lages (Berneck), Metalurgia em Joinville (Tupy), Equipamentos Elétricas (WEG) e Construção, na região litorânea. Esse ambiente atraiu também o investimento de multinacionais, o que aprofunda novos encadeamentos produtivos e aumenta a inserção internacional da indústria local.
Em comparação com os outros estados, Santa Catarina teve o melhor resultado na avaliação do estágio de desenvolvimento industrial (0,096), que considera o valor adicionado da Indústria de transformação per capita. A atividade industrial diversificada e presente em todas as regiões, combinada com a existência de empresas líderes nacionais nos diferentes segmentos produtivos foram fatores importantes para esse desempenho relativo.
E se Santa Catarina fosse um país?
A competitividade industrial catarinense é comparável a de países como Croácia, Turquia e Austrália. Os países que têm desempenho equivalente a Santa Catarina (Turquia e Austrália) e Brasil (Indonésia) são economias caracterizadas como de desenvolvimento intermediário, normalmente compostas por estruturas industriais relevantes, mas com importantes déficits em setores intensivos em tecnologia.
De maneira geral, as maiores competitividades industriais estão entre os países do Leste Asiático e membros da União Europeia e podem ser reunidos em dois grandes grupos: economias complexas tradicionais (Alemanha e Suíça), e novas economias complexas (Coreia do Sul, Irlanda, Taiwan e Cingapura). O primeiro grupo é representado por países que exportam bens industrializados e serviços de elevada sofisticação tecnológica, enquanto o segundo é caracterizado por economias que conseguiram nos últimos anos desenvolver novas indústrias e hoje têm capacidade de exportar bens industriais e serviços com semelhante sofisticação.
O ICI apontou a estrutura industrial catarinense como uma das mais competitivas do Brasil. Essa competitividade é mais sustentada na capacidade de produzir bens industriais e de obter vantagens comparativas estáticas no comércio internacional, do que na capacidade de produzir e exportar bens com elevada intensidade e complexidade tecnológica.
Santa Catarina revelou desempenho competitivo consistente no mercado interno e na participação das exportações, registrando variações positivas ao menos no mercado interno nas duas últimas décadas, diferente da maioria dos estados mais industrializados, como São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. A principal conclusão é que a indústria catarinense tem alcançado uma capacidade superior aos demais Estados brasileiros em enfrentar o ambiente nacional hostil à atividade industrial da última década.
A competitividade setorial da indústria catarinense
A competitividade setorial é um importante componente na avaliação do desempenho da indústria e no planejamento estratégico de médio e longo prazo, porque reflete a capacidade de sustentação ou elevação da posição de mercado de uma empresa. No Atlas, ela é medida em três dimensões: produtividade por trabalhador, participação de cada setor no mercado nacional (market share) e participação no ambiente global (coeficiente de exportações).
Sob a ótica da competitividade externa, o Atlas compara a produtividade setorial catarinense com a dos países que possuem as mais elevadas combinações de produtividade e volume de produção, como forma de identificar exemplos a serem observados às estratégias de crescimento setorial. Em relação ao cenário de competitividade interna, a comparação é realizada entre os estados.
Navegue pelos 15 setores:
- Alimentos e bebidas
- Automotivo
- Celulose e papel
- Cerâmico
- Construção
- Equipamentos Elétricos
- Extrativo
- Madeira e Móveis
- Máquinas e Equipamentos
- Metalurgia e Produtos de Metal
- Óleo, Gás e Eletricidade
- Produtos Químicos e Plásticos
- Saneamento Básico
- Têxtil, Confecção, Couro e Calçados
- Tecnologia da Informação e Comunicação
A Competitividade Industrial das Mesorregiões Catarinenses
Na análise da competitividade industrial das mesorregiões de Santa Catarina, duas dimensões foram observadas: a estrutura produtiva, evidenciando os setores com maior potencial para estimular o desenvolvimento, e a dimensão institucional, que aponta os principais atores capazes de impulsionar a competitividade regional, como as empresas de maior relevância na região; as entidades de educação, ciência e tecnologia; as instituições de apoio; e os habitats de inovação.
Os setores com maior potencial para sustentar e impulsionar o desenvolvimento regional estão representados pelos polos industriais, definidos a partir da concentração de empregos e de empresas, do valor bruto da transformação industrial e do volume de exportação. De acordo com a sua densidade, os polos são classificados como regional, estadual, nacional e de inserção internacional.