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Florianópolis, 19.09.2016 – “O País enfrenta o impacto direto que as doenças crônicas trazem à população, principalmente as cardiocirculatórias, câncer e diabetes”, enfatizou o presidente da FIESC, Glauco José Côrte na abertura do 1º Seminário Aliança Saúde Competitividade, promovido pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC). O encontro, iniciativa da Aliança Saúde Competitividade, discutiu os desafios e perspectivas para a saúde e segurança do trabalhador, além de ressaltar a importância de se discutir o tema junto à sociedade.
“Recente pesquisa nacional estima que cerca de 40% dos brasileiros tenham alguma doença crônica. Este cenário traz grande impacto para as pessoas, suas famílias e as empresas, inclusive com os custos crescentes com os planos de saúde”, pontuou Côrte, enfatizando que boa parte das doenças crônicas pode ser prevenida ou revertida com a adoção de bons hábitos, como atividade física, alimentação saudável, não fumar e evitar o uso abusivo do álcool. “A sociedade constituída tem feito muito para desdobrar ações que, na prática, valorizam as pessoas. Nosso convite é, portanto, para a extensão dessas ações, compreendendo e reposicionando saúde como um dos principais indicadores estratégicos para o desenvolvimento humano, econômico e social”, concluiu Côrte.
De acordo com o diretor executivo da VDMA Brasil Liaison Office, Thomas Ulbrich, os países europeus utilizam um sistema que protege o trabalhador e estabelece diferenças entre o operador de máquinas e o empresário. “A preocupação é que isso precisa acontecer dentro de um sistema que tenha de forma clara as responsabilidades do fabricante das máquinas, para a pessoa que está operando a máquina, que é o trabalhador”, disse, destacando que a educação dos trabalhadores é um dos principais meios para se garantir a saúde e segurança dentro das fábricas. O alemão apresentou as regras dos modelos de saúde e segurança adotados na Alemanha, além de fazer um comparativo com os padrões seguidos no Brasil, como é o caso da ISO e IEC com a NR 12 e suas exigências.
O médico e diretor do Instituto SESI de Inovação, Marcelo Tournier, falou sobre experiências nacionais e internacionais da reabilitação do trabalhador. “É extremamente importante que empresas, representantes de trabalhadores, órgãos governamentais e demais entidades da sociedade, tenham claro o seu papel dentro desse movimento para que, assim, as empresas comecem a entender que investir na saúde dos seus trabalhadores é um bom negócio, que isso traz retorno na sua produtividade, no engajamento da força de trabalho, na redução dos adoecimentos e dos afastamentos, e na redução dos seus custos assistenciais em saúde”, pontuou.
Tournier apresentou exemplos de como ações de tratamento precoce conseguem promover a saúde dos trabalhadores, a produtividade nas empresas e a economia nos cofres públicos. “Quando governo, empresa e trabalhador se integram, essa agenda é positiva para todos os envolvidos e para economia do País. Canadá, Inglaterra e Alemanha mostram que o diálogo entre esses atores é possível”, concluiu, destacando que a conscientização sobre o assunto, o envolvimento e o diálogo entre os principais atores, além de uma mudança de postura, iniciará a discussão de novas políticas internas nas empresas, políticas sindicais e políticas em nível estadual ou nacional, na área de saúde, trabalho e previdência, que são essenciais para melhorar a saúde do trabalhador.
“Saúde e segurança são temas amplos que devem ser tratados como prioridade por todos os atores da sociedade e encarados como agenda estratégica do Estado e das organizações. Com o envelhecimento da população, os desafios das organizações serão ainda maiores para manter seguros e saudáveis os seus trabalhadores”, afirmou o superintendente do SESI/SC, Fabrizio Machado Pereira, enfatizando que a questão da segurança nos ambientes de trabalho também é um desafio a ser superado.
Para concluir os debates, Grácio Ricardo Barbosa Petrone, presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª região de SC, Luciana Xavier Sans de Carvalho, auditora fiscal do trabalho, representante do Ministro de Estado do Trabalho e do SINAIT, Alacoque Lorenzini Erdmann, vice-reitora da UFSC, Acir Alfredo Hack, procurador e representante do Ministério Público do Trabalho, e Ari Alano, representante das Federações dos Trabalhadores, participaram de painel que discutiu os desafios e perspectivas para a segurança e saúde do trabalhador.
“O grande caminho ainda para evitar acidentes de trabalho é qualificar e melhorar a escolaridade dos trabalhadores”, destacou Alano. Para Petrone, “a prevenção à saúde e acidentes de trabalho acontece no dia a dia, por meio de orientações repassadas pelas empresas quanto a cuidados com momentos de desatenção na execução das tarefas, quanto ao uso de equipamentos de proteção individual e pequenas ações que refletem na conscientização da importância de se discutir o tema”. Segundo Hack, “é muito mais importante a garantia da saúde, da segurança e da vida do trabalhador. Investir na escolarização, no treinamento e na capacitação dos trabalhadores ajudará a reduzir o alto número de acidentes”.
O seminário marca o início de uma série de eventos que a Aliança Saúde e Competitividade realizará pelo Estado. Até o final do próximo mês, serão feitos oito workshops regionais que objetivam consolidar e priorizar as necessidades das indústrias relacionadas à saúde e segurança no trabalho.
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