Confira a cobertura fotográfica no Flickr da FIESC.
Florianópolis, 7.12.2023 – Quando um negócio familiar muda de rumo, é possível aproveitar não apenas uma oportunidade de crescimento, mas também modernizar-se. No entanto, a reinvenção é um passo ousado, como explica John Davis, uma das maiores autoridades no mundo em sucessão familiar, que conduziu nesta quinta-feira (7), o Programa Internacional de Educação Executiva (PIEE) da FIESC, em parceria com a Cambridge Family Enterprise Group.
“Mudar o rumo nos permite fazer aquilo que se gosta, se perguntar: ‘no que eu sou bom?’. Os interesses das novas gerações são diferentes daqueles que os pais tinham, temos que aprender a ser bons nas coisas novas. No entanto, a família tem que ter o controle da empresa, manter as mãos no volante, o contrário disso, indica declínio. É possível delegar muitas funções, mas sempre guiar”, afirmou Davis.
A reinvenção dos negócios tem sido o foco de diversas iniciativas da Academia FIESC de Negócios, o que chamou a atenção do especialista americano. “A indústria está mudando e o modelo de ensino da FIESC é impressionante. Tenho trabalhado com empresas familiares com grupos no Brasil. Já trabalhei em 70 países. Algumas das famílias e empresas, que são aquelas que estão nas manchetes, são nossos clientes. Consigo entender o que eles estão passando, aspirações e efeitos da transição”, comentou.
O diretor de inovação e competitividade da FIESC, José Eduardo Fiates, destaca que Santa Catarina tem diversas indústrias familiares. “Temos a felicidade de ter entre as principais empresas do estado negócios familiares que unem as duas coisas mais sagradas para o catarinense: família e trabalho. É muito raro poder fazer isso. E a sucessão é um desafio fantástico, deixando apreensivo quem sai e entusiasmado quem entra. Mas esse é o propósito da Academia FIESC de Negócios, tratar de temas desafiadores”, ressalta Fiates.
Globalização e inteligência artificial
Uma pesquisa do Cambridge Institute for Family Enterprise realizada em 2022 mostra que 84% das famílias empreendedoras acreditam que mudanças moderadas a radicais são necessárias para o sucesso do futuro, mas apenas 29% se dizem prontas para a mudança em suas empresas.
Segundo Davis, por conta dos arranjos de comércio que afetam as cadeias de suprimento, as mudanças vão se tornar cada vez mais aceleradas especialmente com o advento da inteligência artificial. “Colegas do MIT [Instituto de Tecnologia de Massachusetts] têm dito que vamos experimentar mudanças nas próximas duas décadas que serão incríveis. Há muitas oportunidades nesse novo mundo, assim como vulnerabilidades. Se pudermos nos tornar mais ágeis nas tomadas de decisões, os negócios familiares serão um modelo muito poderoso para esta nova era que está por vir”, afirma.
A maioria das famílias se torna bem-sucedida por conta de negócios bem-sucedidos. “Não somos bons em enxergar as tendências. As famílias estão programadas para serem otimistas demais. Por meio da governança, devemos ser sacudidos, alertados para mudar o que estamos fazendo e evitar entrar na trajetória decrescente”, frisa o especialista.
O caminho da regeneração inclui cultura de criação de valor, balanço patrimonial sólido, portfólio adaptável, capacidade de decisão e direção. Os principais talentos devem ser alocados em funções críticas, favorecendo a mudança. E é necessário também desenvolver o senso de família, ter regras claras, políticas e capacidade de decisão.
Dois terços das empresas privadas são familiares. Quando se olha para as mil maiores empresas no mundo, mais de 50% são controladas por famílias, ou seja, determinam a maior parte da atividade econômica.
Livro reúne conteúdos exclusivos
A Academia FIESC de Negócios lançou no evento o livro Sucessão e Transformação da Família Empresária, que reúne conteúdos exclusivos, elaborados pelos especialistas que conduzem a formação executiva na FIESC.
Assessoria de Imprensa
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC