Jornalismo tem papel fundamental em tempos de fake news

Florianópolis, 24.5.2018 – O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte, defendeu o papel relevante do jornalismo profissional no atual cenário em que notícias falsas se propagam rapidamente nas redes sociais. “É um desafio ainda maior para os jornalistas, que precisam checar essas informações, em meio à pressão de seus deadlines, sempre apertados. Mas, ao mesmo tempo, esta é uma grande oportunidade para consolidar os hoje chamados veículos de comunicação tradicionais como fontes de informação confiáveis. Digitais ou impressos, os jornais são a principal alternativa ao grande público para separar fake, de true news”, afirmou. Ele participou da Jornada de Debates da Associação dos Diários do Interior (ADI-SC), iniciativa realizada nesta quinta-feira (24), em Florianópolis, com o apoio da FIESC. Nesta edição, o evento aborda o tema fake news x true news. No encontro, Côrte recebeu a placa “Amigos da ADI-SC”, homenagem que reconhece o trabalho dele em prol da indústria catarinense.

“Os jornais regionais desempenham papel de extrema relevância para que as informações que promovem e estimulam o empreendedorismo e o desenvolvimento cheguem ao cidadão catarinense. São esses os jornais que estão próximos da indústria, seus jornalistas conhecem o industrial e os trabalhadores da empresa pelo nome, sabem da importância da companhia para a comunidade. Por isso são um elo fundamental na comunicação do setor industrial com o público de sua região”, disse Côrte.

Côrte observou que o fenômeno das notícias falsas não é algo novo, mas tem ganhado proporções maiores. “Notícias falsas espalham-se pelas redes sociais de forma mais rápida, mais fácil e mais ampla do que as notícias reais. O motor da mentira na internet não é composto só por robôs. São as próprias pessoas que compartilham fake news”, alertou. Ele citou estudo recente feito por pesquisadores do MIT, dos Estados Unidos, e publicado na Revista Science. Foram pesquisadas cerca de 126 mil notícias que circularam no Twitter entre 2016 e 2017, que foram twittadas por 3 milhões de pessoas. “A análise mostrou que a chance de uma notícia falsa ser repassada é 70% maior do que a de notícias verdadeiras”, relatou.

O presidente da FIESC ressaltou que o debate está focado nas falsas notícias, mas essa discussão passa também pela vigilância quanto ao funcionamento das instituições e pela necessidade de grandes avanços na educação. “Cada vez mais temos que conscientizar a sociedade que o investimento na educação tem que ser prioritário se queremos transformar para melhor nosso País. Essa é uma agenda que a FIESC e os jornais regionais têm em comum”, afirmou.

Côrte informou ainda que a Federação estruturou sua credibilidade na geração de informações relevantes, que vão além da representação institucional da indústria. “São verdadeiramente de interesse público e vitais para a sociedade catarinense. A parceria com a imprensa foi fundamental para consolidar esse trabalho. E nos últimos anos isso foi fortalecido, com a criação de ambientes de geração de informações e análises, por meio do Observatório da Indústria”, afirmou.

Na Jornada, o governador, Eduardo Pinho Moreira, reforçou a importância dos veículos regionais. “Os jornais do interior são fundamentais. O trabalho de vocês deve estar sempre pautado nas notícias verdadeiras e que possamos com as informações construir um estado cada vez melhor”.  

“Em tempos onde a credibilidade da informação é colocada em xeque pela velocidade com que a informação se propaga, em especial pelas redes sociais, os meios de comunicação têm sua veracidade cobrada pelos leitores. É nesse cenário que trazemos especialistas para debater o papel da imprensa nesses novos tempos”, afirmou o presidente da ADI-SC, Ámer Félix Ribeiro. 

Também participaram do encontro do presidente do TRE-SC, Ricardo Roesler, o jornalista William Waack, entre outros profissionais da comunicação.