Florianópolis, 7.4.2022 – O cuidado com a saúde mental nas organizações vem se consolidando e já se reflete em importantes resultados para a indústria. Na Coteminas, indústria têxtil de Blumenau, transtornos mentais eram a principal causa de afastamento. Após implantar programa voltado à saúde integral do trabalhador, essa passou a ser a quinta causa de afastamentos. A experiência foi uma das relatadas nesta quinta-feira (7) no fórum on-line de saúde mental promovido pelo SESI, entidade da FIESC.
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O gerente de recursos humanos, gestão da saúde e segurança da Coteminas, Celso Gonzaga, atua há 40 anos na indústria têxtil de Blumenau. “A pandemia foi um dos vetores que acelerou o surgimento de problemas mentais em todo o mundo. Todos nós estamos frágeis e precisamos de ajuda. Com o apoio de profissionais da saúde, entendemos que o ser humano é ambivalente, tem momentos de felicidade e de tristeza, e precisamos tratar da saúde de forma integral”, relatou. Entre as iniciativas da companhia está o auxílio aos trabalhadores e seus familiares para o gerenciamento do estresse.
Outro exemplo de ação voltada à saúde mental do trabalhador vem da Unilever. Ana Paula Franzotti, diretora de desenvolvimento organizacional e cultura da empresa, apresentou o Programa Champions de Saúde Mental que prepara colaboradores voluntários para acolher colegas frente a situações que interferem na saúde mental e emocional. ”É um ouvinte que dá apoio de maneira confidencial, sem julgamentos, e que possa garantir encaminhamentos corretos”, descreve. O voluntário passa por 15 horas de capacitação para poder atuar no programa que aborda questões como depressão, estresse, abuso de álcool, violência doméstica, luto, entre outras. Atualmente são 82 voluntários que auxiliaram na criação de mais espaço de diálogos na Unilever.
A responsável pela área de bem-estar da Nestlé, Fernanda Kuroda, falou de um projeto lançado em 2020, o Programa Emoções Conectadas, para o acolhimento e cuidado com os líderes que estiveram na linha de frente durante a pandemia do coronavírus. Mais de 800 pessoas participaram desta primeira fase. “Em 2021, quando o ano ficou mais pesado ainda, com muitos óbitos, o programa ampliou para outros colaboradores e focou em questões como o luto e a dor, atingindo 1,3 mil participantes”, relatou.
:: Tema deve ser incluído nas agendas de saúde das organizações
Ampliar as discussões sobre saúde mental é um dos desafios para empresários de todos os setores, alerta o diretor do SESI e do SENAI, Fabrizio Machado Pereira. “Atuar na prevenção tem se mostrado um caminho para evitar custos futuros. Nosso compromisso é apoiar a indústria na construção de ambientes mais saudáveis e também comprometida com a saúde dos negócios”, lembra. Pesquisa realizada pelo SESI em 2020 identificou os desafios enfrentados pela indústria quando o assunto é saúde mental. Segundo Pereira, esta escuta “norteou o desenvolvimento de soluções que levamos para as empresas com o objetivo de contribuir numa atuação preventiva em saúde mental, evitando custos futuros e melhorando a saúde e qualidade de vida dos trabalhadores”.
Ediomar Bertoldi, da ABRH-SC, frisou que o assunto deve ser bem trabalhado nas empresas. “Tratar o tema de forma decisiva, como um caminho sem volta, requer coragem das organizações envolvidas. É preciso compreender que vai além do dia a dia e que a saúde integral interfere não só nas organizações, mas na comunidade e nas famílias. Esse direcionamento é uma das diretrizes centrais do nosso trabalho e também será tema do nosso tradicional congresso”, adiantou.
Leandro Kadota, do Movimento Mente em Foco, afirmou que a iniciativa quer “avançar com a agenda de saúde mental dentro das empresas e colocar em prática um discurso que já era falado antes mesmo da pandemia”. Kadota destacou pesquisa realizada pelo Movimento Mente em Foco, em parceria com a Universidade de Brasília, na qual apenas 20% dos entrevistados afirmou receber algum tipo de suporte em saúde mental no ambiente de trabalho. Para tornar-se signatária do Movimento, a empresa deve seguir o passo a passo disponível aqui.
Lisiane Bizarro, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Psicologia, provocou reflexões importantes sobre como as organizações conduzem questões relacionadas ao tema.
Assessoria de Imprensa
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC