Florianópolis, 20.06.24 - Essencial para ampliar a produtividade e competitividade, a transformação digital é tema recorrente entre empresários catarinenses e o debate sobre a adoção de tecnologias de inteligência artificial tem centrado a atenção das indústrias, que não querem ficar para trás ou perder oportunidades.
Mas parte relevante da discussão pode estar ficando de lado: minha empresa está madura o suficiente na cultura de dados para adotar ferramentas de IA? E mais importante: que problema meu negócio pretende resolver com inteligência artificial? Essa é a avaliação de Joni Hoppen, diretor da Aquarela, empresa catarinense especializada em Inteligência Artificial e Analytics, que participou nesta quinta-feira (21), de reunião da Câmara de Tecnologia, Informação e Comunicação da Federação das Indústrias de SC (FIESC).
As ferramentas de IA são capazes desde a automação de tarefas simples até análises avançadas de dados e tomada de decisões. Não funcionam, no entanto, sem uma robusta e confiável base de dados. É por isso que a empresa precisa entender qual seu grau de maturidade na coleta, tratamentos e análise de dados. Além disso, segundo Hoppen, precisa ter uma noção muito clara do problema que se pretende resolver. Para o presidente da Câmara, Alexandre d'Ávila da Cunha, a adoção de determinada tecnologia deve sempre partir do problema, e não de modismos.
Isso porque, dentre as soluções de IA disponíveis no mercado, existem especificidades: enquanto umas focam na linguagem (chat GPT, por exemplo), outras podem oferecer soluções mais adequadas para quem usa automação de processos, sensores e robótica no chão de fábrica.
Inovação para todos
Nem todas as empresas podem ou precisam ter projetos complexos de AI para serem inovadoras. É possível inovar fazendo mais com menos, segundo o professor da Univali André Mores dos Santos. Esse é o conceito da inovação frugal, que nasceu em países desenvolvidos para resolver problemas da população em um ambiente de restrição de recursos.
Para desenvolver um novo produto ou serviço, a empresa pode “pular etapas” de desenvolvimento usando o conhecimento que já está disponível, já que a pesquisa para partir do zero é custosa e demorada. O professor destaca que a pesquisa de patentes e a exploração a fundo do conhecimento que já existe no mercado é um aliado importante nesse sentido.
O desafio da inovação frugal é reduzir custos de produção e de aquisição, focar nas principais funcionalidades da tecnologia e melhorar o desempenho. Um exemplo disso vem da catarinense Mueller, que está completando 75 anos, e que foi pioneira na fabricação de máquinas de lavar roupas no Brasil, usando materiais disponíveis regionalmente. Inspirado na indústria europeia de fabricação de máquinas de lavar, o fundador da empresa Walter Mueller decidiu solucionar a demanda e criou a Pioneira, a primeira lavadora produzida no Brasil (foto).
Santos explica que o conceito está também dentro de grandes corporações, que usam a inovação frugal para oferecer produtos e serviços que atendem mercados antes inexplorados por elas. A gigante multinacional GE desenvolveu um ultrassom portátil para atender o mercado chinês, focando nos principais atributos e funcionalidades, o que permitiu reduzir o custo em oito vezes.
Com informações da assessoria de imprensa da Muller
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