Florianópolis, 19.08.2025 - Se o silício foi a base da eletrônica digital que transformou o século 20, o carbono desponta como o elemento que sustentará a revolução eletrônica do século 21, com efeitos diretos sobre setores estratégicos como o automotivo. Isso é o que afirma o diretor industrial de sistemas e eMobility na WEG Digital e Sistemas, Valter Luiz Knihs. Ele conduziu a aula magna de lançamento da quarta turma do Master in Business Innovation (MBI) em Mobilidade Elétrica e Energias Renováveis, formação oferecida pelo UniSENAI.
Apesar de ser classificado como não metal, o carbono — em suas formas avançadas, como grafeno e nanotubos de carbono — apresenta propriedades de semicondutor muito superiores ao silício.
Enquanto o silício é abundante e barato, o carbono, manipulado em nanoestruturas, oferece velocidade, eficiência energética e miniaturização incomparáveis. Isso significa circuitos eletrônicos mais rápidos, leves e com menor consumo.
“O avanço do carbono como semicondutor abre caminho para baterias mais leves e duradouras, sistemas de controle de energia mais eficientes, veículos mais conectados e preparados para IA embarcada e direção autônoma”, explicou Knihs.
Segundo ele, a redução da dependência global de silício, hoje concentrado em poucos polos produtivos, é outra vantagem estratégica. A indústria automotiva é altamente dependente de semicondutores, presentes tanto nos sistemas eletrônicos de bordo quanto nos veículos elétricos, que demandam chips cada vez mais potentes e eficientes para gerenciar baterias, motores e softwares embarcados.
MBI estratégico para o Programa Mover
O diretor-regional do SENAI, Fabrízio Pereira, ressaltou que o MBI está diretamente conectado ao Programa Mover, iniciativa do Governo Federal para incentivar a eficiência energética e a descarbonização da cadeia automotiva. “O UniSENAI construiu um curso que responde a uma demanda real do setor produtivo. O alinhamento do MBI com o Programa Mover coloca Santa Catarina em posição de protagonismo, ajudando a indústria a atender os novos requisitos de sustentabilidade e competitividade”, afirmou.

A gerente de Operações de Inovação e Tecnologia do SENAI Nacional, Patrícia Martins, lembrou que mais de mil empresas já foram atendidas pelo Programa Mover. Além disso, o SENAI desenvolve uma consultoria específica para apoiar a cadeia automotiva no atendimento às novas exigências da legislação.
Formação consolidada
Desde sua criação em 2021, o MBI soma 268 matrículas, 165 empresas atendidas, 57 projetos aplicados, 15 imersões técnicas e duas internacionais em centros de excelência na Alemanha e em Portugal. A formação é 100% EaD, com três imersões presenciais optativas, forte interação com empresas parceiras e aplicação prática em desafios reais do setor.
Próximo evento: Mobicit
Na mesma linha, Jaraguá do Sul sediará, em 5 de setembro, o 3º Congresso Nacional Integrado de Mobilidade Elétrica e Cidades Inteligentes (Mobicit), promovido pelo UniSENAI e pelo Instituto SENAI de Tecnologia em Mobilidade Elétrica e Energias Renováveis. O evento reunirá pesquisadores, egressos, empresas e gestores públicos para debater oportunidades em energia limpa, mobilidade urbana e cidades inteligentes, consolidando-se como referência nacional no tema.
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
Gerência de Comunicação Institucional e Relações Públicas
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