Quase tudo que o estado vende aos EUA vem da indústria (99%), mostra levantamento da CNI

Florianópolis, 30.07.2025 – O aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos, previsto para 1º de agosto, pode provocar impactos econômicos relevantes e desiguais entre as unidades da federação, com perdas superiores a R$ 19 bilhões para os estados brasileiros. Santa Catarina aparece em quarto lugar na lista de maior prejuízo financeiro (R$ 1,7 bi), mas é o estado com a segunda maior queda prevista no PIB: -0,31%. Isso é o que mostra levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em 2024.

A CNI estima que, caso entre em vigor, a medida pode ocasionar a perda de pelo menos 110 mil postos de trabalho, além de reduzir em 0,16% o PIB do Brasil e de provocar uma queda de 0,12% na economia global, com retração de 2,1% no comércio mundial.

Prejuízo bilionário para Sul e Sudeste  
Em termos de impacto financeiro, os estados do Sudeste e do Sul serão os mais prejudicados. O estado de São Paulo, maior economia brasileira, deve liderar o prejuízo com as tarifas, com perdas estimadas em R$ 4,4 bilhões, representando uma queda de 0,13% no PIB. Segundo estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2024, os EUA foram o principal destino das exportações paulistas, com 19% de tudo que o estado exportou no ano. Além disso, 92,1% do que o estado vendeu ao país veio da indústria de transformação.

Ocupando o segundo lugar de estado com maior impacto com o tarifaço, com potencial de retração de R$ 1,917 bilhão no PIB está o Rio Grande do Sul. Os Estados Unidos são o terceiro maior destino de exportações gaúchas, representando 8,4% do total exportado. 

No caso do Paraná, os EUA também aparecem como o terceiro principal destino comercial. Em 2024, 6,8% do que o estado exportou teve como destino o mercado norte-americano, sendo 97,5% provenientes da indústria de transformação. O PIB paranaense pode perder R$ 1,914 bilhão com o tarifaço de Donald Trump.  

Em quinto lugar, Minas Gerais pode amargar perdas de R$ 1,6 bilhão (-0,15% no PIB). A participação da indústria nas exportações aos EUA foi de 66,1% em 2024. Os EUA são o 3º maior destino das vendas externas do estado. 

Amazonas e Pará também terão perdas bilionárias  
Puxado pela exportação do polo industrial de Manaus, o estado do Amazonas pode sofrer o sexto maior impacto em volume financeiro: R$ 1,1 bilhão, uma queda de 0,67% no PIB. A indústria respondeu por 96,1% das vendas aos EUA no ano passado. No caso do Pará, o impacto de novas tarifas pode chegar a R$ 973 milhões, uma queda de 0,28% no PIB. Apesar de os EUA corresponderem por 3,6% das exportações do estado, a indústria responde por 95,2% dos bens vendidos aos americanos. 

Menos dependentes, com impactos significativos  
No Centro-Oeste, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul acumulam prejuízos superiores a R$ 1,9 bilhão. Já no Nordeste, as perdas são menores, mas ainda relevantes: Bahia (R$ 404 milhões), Pernambuco (R$ 377 milhões) e Ceará (R$ 190 milhões) lideram na região.

Com informações da CNI

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