Programa Prioritário de Interesse Nacional em Bioinformática vai promover pesquisa, desenvolvimento e inovação nas áreas de TICs e bioeconomia

Florianópolis, 13.11.2025 – Um novo programa nacional vai impulsionar as áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e ciências biológicas por meio de incentivos à pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) da Lei de Informática. 

O Programa Prioritário de Interesse Nacional em Bioinformática (PPI BioinfoBR) foi lançado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), nesta quarta-feira (12), no estande da Confederação Nacional da Indústria (CNI) na COP30, em Belém. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) propôs o modelo e participará do programa, conduzido pelo Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados (ISI-SE), que possui expertise e atuação no tema,  em parceria com seis outros Institutos SENAI de Inovação, que compõem a Rede ISI de Bioeconomia.

O PPI cria oportunidades para o desenvolvimento de hardware, software, algoritmos, infraestrutura de dados e serviços digitais aplicados à biotecnologia, integrando a política industrial de TICs com a agenda de bioeconomia e soberania tecnológica do país.

A bioinformática é um campo interdisciplinar que integra ciências biológicas, tecnologias da informação e comunicação, matemática e estatística para a coleta, organização, análise e interpretação de grandes volumes de dados biológicos de alta complexidade de análise, como genomas.

Como vai funcionar o programa 

A Lei de TICs (Lei nº 8.248/1991) já estabelece incentivos fiscais e obrigações de investimento - percentual mínimo da receita bruta - em PD&I para empresas que produzem bens e serviços de tecnologia da informação e comunicação no Brasil. 

Empresas do setor habilitadas pelo MCTI poderão aportar parte desses recursos no programa. Além do incentivo fiscal, a empresa tem como vantagem o acesso a tecnologias e centros de pesquisa credenciados para atuar na Lei de TICs que desenvolvem novas soluções e fortalecem não só o próprio negócio, como a cadeia produtiva como um todo. 

Durante o lançamento do programa, a ministra Luciana Santos destacou que é preciso colocar tecnologias brasileiras para desenvolver soluções a partir dos ativos próprios da natureza. “Abraçamos a proposição do SENAI para o PPI da Bioinformática com muita convicção. Nós precisamos cada vez mais associar tecnologias disruptivas, como softwares, computadores de alto desempenho e soluções de inteligência artificial, ao maior patrimônio do nosso país, que é a nossa biodiversidade”, afirmou. 

O diretor-geral do SENAI, Gustavo Leal, observou que a instituição contribui para o programa com a experiência na operação do Mover e dos Institutos SENAI de Inovação.

“Responsável pela maior mobilização de projetos no programa Mover, o SENAI utilizará esta experiência para atuar no PPI de Bioinformática com a rede de Institutos SENAI de Inovação, com universidades e ICTs nacionais. Dos 28 institutos, 12 possuem atuação direta em temáticas de bioeconomia e sete em TICs, cobrindo toda a cadeia de valor, desde o uso de dados biológicos, seu processamento em alta velocidade e larga escala, até a criação de produtos e processos de alto valor agregado”, pontuou.

A rede do SENAI tem atuação nacional, distribuída em diferentes estados, para atender demandas industriais de elevada complexidade e promover conexões estratégicas entre indústria, academia e governo. Os institutos e seu corpo técnico são especializados em áreas de conhecimento e prestam serviços de pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), Alex Carvalho, não haveria momento mais oportuno que a Conferência do Clima para o lançamento do programa.

"Além de descortinar as realidades regionais, descortina-se também uma floresta gigante de novas oportunidades. Ao trazer ciência associada a pesquisas que possam criar os nossos bioativos e bioinsumos, promovemos novos mercados que podem trazer a capacidade de internalização de renda, de emprego à sociedade e à Amazônia, criando um ambiente de integração que tanto defendemos". 

Objetivos do PPI BioinfoBR 

Ao processar os dados biológicos com precisão e alta velocidade, a bioinformática possibilita a transformação das informações biológicas em soluções inovadoras de alto impacto. Os objetivos do programa são: 

  • Implantar uma plataforma nacional de bioinformática interoperável e segura;
  • Promover programas de formação e retenção de talentos em bioinformática;  
  • Fomentar o acesso a ferramentas avançadas de TICs, como computação quântica, aplicadas à bioinformática;  
  • Implementar mecanismos de inovação aberta que ampliem o impacto e a cooperação entre empresas, ICTs e demais atores da rede nacional;  
  • Integrar o PPI BioinfoBR aos outros PPIs;  
  • Ampliar a cooperação internacional em bioinformática e TICs;  
  • Apoiar empresas e ICTs no desenvolvimento de soluções de alto impacto econômico e social. 

O programa está em fase final de modelagem, podendo agregar novas demandas industriais e da academia, além de parceiros. 

Bioinformática vai alavancar a bioeconomia 

Segundo projeções da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), um investimento de US$ 257 bilhões pode alcançar um retorno anual de US$ 593 bilhões em diferentes áreas da bioeconomia no país. Até 2050, projetam-se reduções expressivas nas áreas degradadas (de 225 para 108 milhões de hectares) e a expansão de cadeias produtivas sustentáveis, como proteínas alternativas (de 0 para 9,8 milhões de toneladas), bioquímicos (de 0,2 milhões para 15 milhões de toneladas) e biocombustíveis (81 Mm³ para 570 Mm³).  

Esses avanços não apenas atraem investimentos de grande escala, como também podem reduzir significativamente as emissões acumuladas de CO₂, de 41 Gt para 12 Gt no período de 2020 a 2050. 

O PPI BioinfoBR está alinhado com outros programas como o Mais Inovação Brasil - Bioeconomia e a Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica (BIP). Além de planos como o de Transformação Ecológica, Plano Clima, Nova Indústria Brasil e Transição Energética, que reforçam o compromisso do país em desenvolver soluções sustentáveis. 

Segundo o MCTI, para além da área de TICs, há potencial de desenvolvimento de soluções e negócios em diversos setores industriais, como agroindústria, alimentos, saúde, transformação, energia, biocombustíveis e biotecnologia.

Com informações da Agência CNI.

Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
Gerência de Comunicação

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