Florianópolis, 6.06.2024 - O aumento global de gastos em saúde tem sido apontado em diversas pesquisas que monitoram as tendências no setor, como entrave. Um levantamento de práticas de benefícios e políticas de RH feito pela corretora de seguros Lockton mostra que, em 2023, o índice de reajuste solicitado por operadoras de saúde na última avaliação de reequilíbrio do contrato chegou a 26% e as negociações alcançaram, em média, 15%, bem acima dos indicadores de inflação.
Este cenário desafia a indústria a investir ainda mais em programas de prevenção e atenção primária. A estratégia visa equilibrar e até mesmo conter este custo, que cresce de forma desenfreada. “A tendência do aumento dos gastos em saúde traz a necessidade de encontrar um equilíbrio entre a contenção de custos, coordenação do cuidado e as prioridades dos colaboradores”, afirma o diretor de educação, saúde e tecnologia da FIESC, Fabrizio Machado Pereira.
O Relatório de Tendências da Indústria de Bem-Estar dos Funcionários 2024, produzido pela Wellable, mostra que as empresas relataram aumento de investimentos em programas de gestão de doenças, passando de 36% em 2023 para 48% em 2024. “Este é um claro sinal de que as empresas estão gerenciando os custos de saúde e prevenindo progressão e complicações de doenças crônicas que tendem a ser mais caras de tratar”, observa Pereira, frisando que a indústria precisa construir estratégias para esse enfrentamento.
Customização de programas
A mesma pesquisa da Wellable indica ainda que, para 59% dos entrevistados, a flexibilidade e personalização de programas é um dos principais critérios para a contratação de fornecedores na área de saúde. Esta é uma das principais características do serviço oferecido à indústria, destaca a gerente-executiva da saúde e segurança do SESI, Sendi Lopes. “Estruturar programas customizados é a melhor forma de atender as necessidades específicas de cada negócio. Inclusive é uma estratégia para retenção de talentos, pois o colaborador valoriza benefícios que visam seu bem-estar e a promoção da saúde”, afirma.
Outro ponto de atenção é o cuidado com a saúde mental. Um levantamento realizado pela Mercer Marsh mostra que a saúde mental apresenta tendência de crescimento acelerado do nível de investimento. Os principais benefícios incluem o aumento da produtividade, a melhoria do bem-estar geral, o aumento da satisfação no trabalho e a atração e retenção eficaz de talentos.
Por que investir em saúde mental
A necessidade contínua de apoio à saúde mental é alimentada pelos efeitos persistentes do mundo pós-pandemia, dos atuais acontecimentos globais e das mudanças nos ambientes de trabalho. Como resultado, o apoio à saúde mental tornou-se uma expectativa básica para a força de trabalho moderna e um aspecto fundamental da estratégia empresarial.
“O custo para promover a saúde mental ainda é mais baixo do que deixar o adoecimento evoluir. E a indústria busca agendas cada vez mais resolutivas de acordo com cada realidade”, pontua a gerente.
O SESI vem apoiando a indústria nesta questão com um conjunto de soluções que incluem oferta de atendimento psicológico, workshops e treinamento para gerentes e lideranças, campanhas de conscientização e criação de ferramentas de avaliação e monitoramento do ambiente de trabalho.