Acompanhe a cobertura fotográfica completa da Jornada no Flickr da FIESC.
Florianópolis, 18.05.2017 – A incorporação de uma cultura voltada à inovação, em todos os níveis hierárquicos das organizações, é o primeiro passo a inserção do Estado e do País na Indústria 4.0. A avaliação foi feita pelo presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina, Glauco José Côrte, na manhã desta quinta (18), durante o painel Tecnologia e Inovação, que integrou a 6ª Jornada Inovação e Competitividade da Indústria Catarinense, promovida pela FIESC. Principal evento da indústria catarinense, a Jornada será encerrada nesta sexta-feira (19), com a outorga da Ordem do Mérito Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e de Santa Catarina. “A inovação é reconhecida como um dos principais fatores de crescimento a longo prazo, tanto no âmbito da vida pessoal como das organizações”, destacou Côrte.
Conforme o presidente da FIESC, “nossas vidas são afetadas por novas tecnologias que facilitam e modificam a maneira como nos comunicamos, nos movemos e trabalhamos; já na indústria, as inovações têm afetado diretamente os processos de produção, tornando-os mais eficientes e aumentando, assim, a competitividade dos países e reduzindo a sua vulnerabilidade frente às flutuações do mercado e da economia”.
As palestras do painel focaram os temas inovação e indústria 4.0, fenômeno que também é denominado internet industrial ou manufatura avançada. Conforme o presidente da FIESC, “as indústrias de todos os segmentos, portes e regiões do Estado e do País podem buscar sua inserção nesse novo modelo; o que pode ser discutido é o ritmo dessa inserção, que esperamos que seja acelerado e para o qual as indústrias contarão com o apoio de nossas competências”, disse, referindo-se aos três Institutos de Inovação e sete de Tecnologia que o SENAI está implantando no Estado, além do instituto de inovação do SESI, que será focado em saúde e segurança no trabalho. Conforme Côrte, a cultura da Inovação deve começar na alta direção e “na adoção de processos produtivos de extrema eficiência, com pleno aproveitamento de recursos e máxima redução de desperdícios”.
A americana Nancy Tennat, professora-adjunta e CEO da Innovation Universe, falou por videoconferência de Chicago-EUA e reforçou a necessidade de incorporar uma cultura inovadora nas empresas. Segundo ela, para isso, as organizações precisam “reconhecer o histórico de inovação de sua empresa; aprender de outras empresas; promover o alinhamento das lideranças; articular o relacionamento da inovação com sua estratégia; definir o seu conceito de inovação; identificar e treinar líderes do processo de inovação; equipar os funcionários com ferramentas para a inovação; identificar eventuais barreiras e superá-las gradualmente e desenvolver uma mentalidade de melhoria contínua para a sua iniciativa de inovação”.
A professora relatou a experiência de inserção de uma cultura de inovação que conduziu na Whirpoll, grupo americano que no Brasil detém as marcas Brastemp e Cônsul. Segundo ela, a inovação deve ser “convincente, sustentável, além de criar valor para os acionistas”.
O engenheiro catarinense David Carlos Domingos, que atua no Instituto Fraunhofer de Sistemas de Produção e Tecnologia de Design (IPK), em Berlim, na Alemanha, destacou que “soluções pragmáticas, práticas e simples podem ser implementadas” na linha da Indústria 4.0. Segundo ele, “a quarta onda da revolução industrial” está revertendo uma tendência de algumas décadas, de transferência da produção para países em desenvolvimento. Segundo ele, com a adoção de sistemas de manufatura avançada, países como Estados Unidos e Alemanha estão repatriando a produção. “O Brasil tem sim que se preparar para isso, planejar, a introdução de manufatura avançada e tentar caminhar junto com os grandes países”, afirmou.
Marcelo Fabrício Prim, gerente-executivo de inovação e tecnologia do SENAI Nacional, destacou que o aumento da produtividade deve ser o primeiro passo para a inserção do Brasil no modelo da Indústria 4.0. “O Sistema Indústria e o SENAI quer ajudar a resolver no Brasil a produtividade e só assim se inserir nas grandes cadeias de valor e aumentar emprego”, afirmou, lembrando do programa Brasil Mais Produtivo, conduzido pela entidade e elevou em 42% os ganhos de produtividade nas empresas beneficiadas. Prim enfatizou que o modelo de inserção no fenômeno da Indústria 4.0 pode variar em cada país. Além disso, destacou que os avanços podem e devem ser levados a outros setores, como é o caso dos hospitais. “Se a sociedade demanda, por que não resolver?”, indagou salientando que, além da melhoria de desempenho dos estabelecimentos, essa ação pode gerar demandas para a indústria no desenvolvimento de tecnologias.
Naldo Dantas, consultor da Inovares Consultores Associados, disse que em Santa Catarina há um ecossistema voltado a potencializar o uso de tecnologias e da mentalidade da Indústria 4.0. “Ha uma ramificação de indústrias que vai da agricultura, da capacidade de embarcar tecnologias em equipamentos, com eletrônica, com automação. Todo um mix que existe em Santa Catarina e, o principal, a capacidade dos empresários de dialogar e construir alianças, esse é um outro fator fundamental pra que se possa ter sucesso na construção de uma indústria 4.0”, destacou.
A Jornada é patrocinada pelo SESI Nacional, SENAI Nacional, SESI/SC, SENAI/SC, PREVISC, CREDIFIESC e BRDE, e conta com o apoio institucional da Associação Catarinense de Imprensa (ACI).
Assessoria de Imprensa
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina