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Educação de qualidade é o principal vetor do progresso

Senador Cristovam Buarque, que participou dos debates sobre educação na Jornada da Indústria, defendeu o acesso democrático ao ensino de qualidade


Acompanhe a cobertura fotográfica completa no Flickr da FIESC e assista às palestras aqui

Florianópolis, 18.5.2016 – O Brasil precisa descobrir que a educação tem que ser de qualidade e para todos, além de ser uma questão nacional, pois é o principal vetor do progresso. Essa foi uma das teses defendidas pelo senador Cristovam Buarque que participou dos debates sobre educação na tarde desta quarta-feira (18), primeiro dia da Jornada Inovação e Competitividade da Indústria Catarinense. O evento é promovido pela FIESC e aborda também qualidade de vida, inovação e tecnologia, além de ambiente institucional. 

“A educação faz o verdadeiro recurso do progresso que é o conhecimento”, afirmou o senador que sugeriu a federalização da educação como alternativa para elevar a qualidade do ensino. “É preciso criar um novo sistema como são as 440 escolas federais brasileiras, que são muito boas, como as escolas técnicas e os institutos de aplicação. E isso só vai ser possível quando for um projeto brasileiro e não apenas estadual ou municipal”, pontuou. Buarque afirmou ainda que, pelo atual estágio da educação brasileira, é difícil obter um salto em melhoria. “Estamos ficando para trás. Temos que fazer uma revolução, e não uma evolução. As escolas devem ser federalizadas por cidade, como a China está fazendo. Em 20 anos, 30 no máximo, teremos implementado no Brasil inteiro e custaria R$ 520 bilhões, ou 6% do PIB”, exemplificou. 

Leia mais: Na abertura da Jornada, FIESC lança aliança pela saúde do trabalhador 

Na abertura do evento, o presidente da FIESC, Glauco José Côrte destacou dados do relatório Future of Survey (2016), organizado pelo Fórum Econômico Mundial, que aponta a tendência de que mais de 5  milhões de empregos serão perdidos em decorrência das mudanças disruptivas no mercado de trabalho durante o período de 2015-2020. “Já estamos vivendo esse processo. Segundo esse relatório, 30% dos empregos atuais não existiam há 10 anos e 65% das crianças de hoje vão se empregar em ocupações que não existem ainda. As novas formas de produção exigirão profissionais com características diferentes das atuais formações”, salientou Côrte. “Nossa convicção é de que o futuro das crianças está acontecendo hoje. Como a sociedade está se preparando para isso? Hoje nós estudamos uma profissão a vida inteira. Amanhã, precisaremos estudar a vida inteira para ter uma profissão”, acrescentou.

Rafael Lucchesi, diretor de educação e tecnologia da CNI, refletiu sobre o tímido avanço registrado pelo Brasil nos índices educacionais e defendeu educação e inovação como apostas importantes para o país. “O que os empresários têm que fazer é discutir a escola que o Brasil precisa. Todos os países discutem o sistema educação. Se a educação é um elemento chave da inserção dos países no futuro, certamente, toda a sociedade tem que participar. Observamos no Brasil que esse diálogo precisa ser mais ampliado”, afirmou. 

A educação é percebida pelo empresário como um dos principais fatores de competitividade, de acordo com pesquisa elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Estudo da International Labour Organization mostra ainda que países com um ano a mais de escolaridade têm produtividade do trabalho 25% maior. “A educação profissional ainda é escolha de poucos no Brasil. Apenas 11,1% optam por essa modalidade de formação, enquanto que em países como a Áustria esse índice chega a 76%”, comparou Lucchesi. 

O secretário de Estado da Educação, Eduardo Deschamps, destacou a relevância do Movimento Santa Catarina pela Educação. “O presidente Glauco tem dado uma aula sobre como cuidar da educação em Santa Catarina”, afirmou. Deschamps apontou ainda temas que precisam avançar. “Temos excesso de teoria em detrimento de práticas pedagógicas e a base nacional comum deve mexer com as escolas”, disse. Outros desafios citados pelo secretário são a gestão escolar, que inclusive é tema das ações do Movimento neste ano, o uso da tecnologia no ambiente escolar, além da gestão eficiente de recursos.

Ao final do evento, Buarque e Lucchesi participaram de debate sobre a produtividade impulsionada por meio da educação mediada por Mozart Ramos, conselheiro do Movimento Santa Catarina pela Educação e diretor do Instituto Ayrton Senna. 

Boas práticas educacionais - Na Jornada, a FIESC lançou ainda a segunda edição do Prêmio Santa Catarina pela Educação. Este ano, poderão participar os diversos setores econômicos que integram o Movimento. O prêmio também passa a agregar a categoria melhores práticas de estágio. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site www.scpelaeducacao.com.br a partir do dia 18 de maio até 18 de julho. 

Boas práticas educacionais do setor produtivo, reconhecidas na primeiro edição do prêmio, foram apresentadas durante o evento. A ZEN, indústria metalúrgica de Brusque, mostra os avanços obtidos com a implantação de um programa voltado à qualificação dos seus trabalhadores. Atualmente, mais de 80% dos colaboradores possuem, no mínimo, o ensino médio completo. O tempo de treinamento por trabalhador chega a 60 horas por ano, o que está acima da média nacional. De acordo com o presidente da empresa, Gilberto Heinzelman, os resultados deste investimento se refletem no aumento da competitividade da indústria. 

A BN Papéis, de Benedito Novo, também relata sua experiência com o investimento na educação do trabalhador. A empresa registrou aumento de 15% na produção logo após a implantação dos cursos voltados à educação de jovens e adultos. Com o quadro enxuto, a BN Papéis pagou horas extras a colaboradores de outros turnos para que substituíssem os alunos trabalhadores no período letivo. Entre os resultados, a indústria observou melhorias no clima organizacional e nos processos, conquistou novas certificações de qualidade e reduziu sua taxa de absenteísmo. 

Em programação paralela à Jornada, lideranças educacionais participaram de workshop sobre gestão por resultados na educação. O encontro foi conduzido por Mozart Ramos e retratou experiências catarinenses e do Estado de Pernambuco. Simultaneamente, embaixadores do programa Conexão Jovem e participantes do projeto Eu Voluntário participaram de capacitação realizada na FIESC. 

O evento, que debaterá ainda inovação e tecnologia e ambiente institucional, terá outros convidados como a diretora executiva do Centro de Performance Industrial do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), Elisabeth Reynolds, e William Waack, da Rede Globo, que fará palestra nesta quinta-feira (19), às 14h45. A programação segue até o dia 20 de maio, com a outorga da Ordem do Mérito Industrial e do Mérito Sindical, e pode ser conferida no site da Jornada (www.fiesc.com.br/jornada), ou acessando o aplicativo que é atualizado diariamente e antecipa informações sobre o evento. Ao fazer o seu cadastro é possível acompanhar e participar da timeline.

 

Assessoria de Imprensa – FIESC
48 3231-4244 / 9176-2505
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