Pular para o conteúdo principal

Quer receber nosso conteúdo exclusivo? Inscreva-se!

Risco de desabastecimento até 2021 está descartado, mas tarifas devem aumentar, diz ONS

Em reunião na FIESC nesta sexta-feira (28), Luiz Eduardo Barata Ferreira explicou que a operação de usinas térmicas é mais cara, o que acaba repercutindo nas tarifas para os consumidores

Florianópolis, 28.7.2017 – Ao falar sobre as condições de abastecimento nos próximos cinco anos, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata Ferreira, disse que as avaliações feitas pela entidade mostram riscos de déficits de energia em torno de zero. “Não vemos risco de desabastecimento pelo menos até 2021. O que não significa dizer que nós não tenhamos, que porventura, usar o recurso de térmicas, mais caras, o que têm impacto sobre o custo da operação”, explicou. “Uma operação mais cara acaba repercutindo tanto nas tarifas para os consumidores cativos quanto no preço da energia para os consumidores livres”, completou. Ele ministrou palestra em reunião da Câmara de Assuntos de Energia da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), nesta sexta-feira (28), em Florianópolis.

O presidente da Câmara, Otmar Müller, disse que disponibilidade de energia é questão sine qua non para a indústria e chamou a atenção para o crescimento da oferta do insumo e da participação das fontes alternativas, como a eólica, solar e biomassa. “É um alívio no medo do desabastecimento, mas a questão da tarifa é preocupante porque estamos num período de recessão, com capacidade ociosa alta. Tarifa mais elevada significa custo de produção maior e menor competitividade internacional”, alertou.

Conforme Barata, hoje, o ONS trabalha com uma previsão de crescimento de 3,6% no consumo de energia. “Se o crescimento do consumo for acima disso, significa uma retomada do crescimento do PIB acima do estimado para este ano, que é de 0,5%, e acima de 1% para 2018. Se tivermos crescimento de até 5% no consumo, também não teremos problemas. Uma retomada da economia com velocidade maior que isso realmente não dá para acreditar. Estamos confortáveis no que diz respeito ao suprimento de energia”, garantiu.

Em sua exposição, o diretor-geral do ONS disse ainda que essa tranquilidade no sistema elétrico não tem relação direta com a crise e o desempenho ruim da economia, mas sim com a ampliação do parque gerador e a flexibilização das fontes, com aumento da participação das energias renováveis, com destaque para a eólica. Ele apresentou um mapa dos reservatórios no Brasil e salientou que a região Nordeste é a mais preocupante, com a cascata do Rio São Francisco operando com menos da metade da vazão mínima. Segundo ele, por muito tempo, cem por cento do atendimento da região era feito por hidrelétrica. Hoje, esta fonte é a menor provedora de energia para a região. Ele também ressaltou o papel importante da matriz eólica, que em alguns dias respondeu por mais da metade do abastecimento.

Barata disse ainda que no mês de agosto a bandeira vermelha voltará a ser cobrada nas contas de luz, mas que isso não é “surpresa” em função do período seco. Criado pela Aneel, o sistema de bandeira tarifária (verde, amarela e vermelha) sinaliza ao consumidor se o custo da energia será mais caro ou mais barato em função das condições de geração de eletricidade. Em caso de bandeira vermelha, é cobrado um valor adicional nas contas de luz, o que indica ao consumidor que foi necessário acionar usinas mais caras para gerar energia. Este patamar representa um acréscimo de R$ 3 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

O ONS é o órgão responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN) e pelo planejamento da operação dos sistemas isolados do País, sob a fiscalização e regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).




 

 

Assessoria de Imprensa da FIESC
imprensa@fiesc.com.br
48 3231-4670 48 98421-4080

 

 

 

 

Indústria News

Inscreva-se e receba diariamente por e-mail as atualizações da indústria de Santa Catarina.
Confira edições anteriores.