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Porto de Imbituba deve crescer 16% e busca novas linhas de longo curso

Em reunião da Câmara de Transporte e Logística da FIESC, executivo da Santos Brasil afirma que a empresa investiu R$ 925 milhões. Cecrisa, ILS e Open Market apresentaram suas experiências de movimentação pelo porto.

Florianópolis, 27.4.2017 – As obras realizadas no Porto de Imbituba desde dezembro de 2012 quando o governo catarinense assumiu o empreendimento foram apresentadas pelo presidente do conselho de administração da SCPar Porto de Imbituba, Paulo Cesar da Costa, durante reunião da Câmara de Assuntos de Transporte e Logística da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC). “A projeção é crescer 16% na movimentação em 2017 (5,6 milhões de toneladas). Temos que buscar sempre a melhoria da eficiência com custos competitivos. O porto é público e quer ser um instrumento de desenvolvimento do Estado”, declarou, durante reunião nesta quinta-feira (27), em Florianópolis.

Costa salientou que o porto tem buscado a retomada das linhas de longo curso e relatou uma lista de melhorias concluídas e outras em andamento, como: sinalização náutica, manutenção da dragagem do canal de acesso, crescimento das escalas de cabotagem, além da conclusão do acesso rodoviário que recebeu investimentos de R$ 15 milhões, com previsão de finalização das obras nos próximos 60 dias.

O executivo da Santos Brasil, Marcos Magalhães Tourinho, disse que a companhia ganhou a licitação pública em 2008 e tem a concessão do Tecon Imbituba (movimentação de contêiner) e do terminal de carga geral. “O esforço é para deixar de ser uma alternativa logística para a região e passar a ser uma realidade. Já investimos R$ 925 milhões. É uma aposta que fizemos, acreditamos muito na localização geográfica do terminal e na grande capacidade que ele tem de operar grandes navios”, afirmou.

A nova geração de embarcações tem de 360 a 400 metros de comprimento, com previsão de operar na costa brasileira a partir de 2018. “Os navios estão vindo e Imbituba ganha uma posição privilegiada para operá-los, já que não tem limitação física, característica de poucos terminais no País, para receber navios que exigem calado de 14,5 metros”, afirmou, salientando que a profundidade deste porto varia entre 15 e 15,5 metros. Em condições normais, o porto pode receber navios de até 400 metros, só precisa de homologação, que hoje permite embarcações de até 350 metros.

Tourinho informou que até março de 2018 serão entregues 150 navios no mundo de 14 mil, 18 mil e 20 mil TEUs. Não tem mais encomendas de navios de 8 mil TEUs, embarcações preponderantes hoje na costa leste da América do Sul, principalmente no Brasil. “A tendência é que os navios de 8 mil TEUs sejam substituídos por navios de 14 mil TEUs mesmo que seja para transportar a mesma quantidade de carga que os de 8 mil TEUs. “São navios muito mais eficientes. Com a mesma quantidade de carga gastam 30% menos combustível e são automatizados, então precisam de uma tripulação menor. Num navio de 8 mil TEUs são necessários de 14 a 16 tripulantes enquanto uma embarcação de 14 mil TEUs precisa de 6 a 8 tripulantes”, comparou. 

No encontro, representantes das empresas Cecrisa Cerâmica e Open Market Comércio Exterior, ambas de Criciúma, e a ILS (International Lumber Service), de Lages, relataram suas experiências de movimentação no porto, e destacaram os custos competitivos.

Na abertura da reunião, o presidente da FIESC, Glauco José Côrte, salientou que a entidade tem debatido muito as questões relacionadas à logística buscando alternativas para minimizar a perda de competitividade que a indústria, sobretudo, tem em decorrência dos altos custos. “Uma das questões sempre relevantes é a portuária. Sabemos que a indústria precisa de portos competitivos que possam não só garantir o suprimento das matérias-primas necessárias para a produção, mas também para permitir a expansão da nossa inserção no comércio internacional”, avaliou, lembrando que o Estado tem um dos complexos portuários mais importantes do Brasil e da América Latina. “Temos grande potencial de expansão dessa atividade alinhado com desafios também grandes e complexos que teremos que enfrentar”, concluiu.

O presidente da Câmara, Mario Cezar de Aguiar, apresentou um panorama da movimentação portuária catarinense que em 2016 alcançou 41 milhões de toneladas e 1,7 milhão de TEUs (medida equivalente a um contêiner de 20 pés), o segundo Estado em movimentação de contêineres no Brasil. “Nossa infraestrutura de portos pode ajudar muito a economia catarinense, mas a diversidade industrial exige uma infraestrutura de transporte adequada para atender o dinamismo do setor”, afirmou, lembrando que acessos rodoviários adequados são fundamentais, assim como as ferrovias.  “Não adianta fazer grandes investimentos em portos se não tivermos o complemento da infraestrutura. Há necessidade de fazer planejamento sistêmico e integrado contemplando todos os modais”, finalizou.  

 

 

 

 

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