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Na FIESC, Marinha e Aeronáutica apresentam demandas à indústria

Encontros foram promovidos pelo Comitê da Indústria de Defesa da Federação, nesta quinta-feira (20), em Florianópolis. Na Marinha há pelo menos 68 projetos em andamento. Aeronáutica tem oportunidades na área de manutenção. Forças têm ampliado a compra de componentes nacionais

Florianópolis, 20.9.2018 – Representantes da Marinha do Brasil e da Aeronáutica apresentaram a indústrias catarinenses os principais projetos em andamento que demandam tecnologias, sistemas, componentes, entre outros produtos que podem ser fornecidos por empresas do estado. Os encontros foram promovidos pelo Comitê da Indústria de Defesa da FIESC (Comdefesa), ao longo desta quinta-feira (20), em Florianópolis. Entre os segmentos que participaram estão tecnologia da informação, químico, cerâmico, motores, equipamentos médicos e laser. Nesta sexta-feira (21), o grupo da Aeronáutica realiza visita ao SENAI na Grande Florianópolis.

O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, apresentou um perfil da indústria catarinense. “Somos o estado com a indústria mais diversificada e desconcentrada do País. Temos 51 mil indústrias, empregamos cerca de 735 mil trabalhadores e temos o sexto PIB do Brasil”, afirmou, lembrando que o estado também sedia uma plataforma logística representativa no País e responde pela movimentação de 20% do total de contêineres. No campo da tecnologia, ele salientou o trabalho do SENAI/SC, que tem três institutos de inovação, e está desenvolvendo o primeiro satélite da indústria brasileira em parceria com a Visiona Tecnologia Espacial. “Já tem convênio com a Polícia Militar para auxiliar no controle das fronteiras do estado. É uma aplicação efetiva de um produto feito aqui que vai contribuir com a segurança”, disse. Aguiar também ressaltou o trabalho do SESI em saúde e segurança do trabalhador, com atendimento em 220 municípios.

O contra-almirante Paulo Roberto, assessor-chefe de ciência e tecnologia da diretoria-geral de desenvolvimento nuclear e tecnológico da Marinha, apresentou o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), que prevê a construção de quatro submarinos convencionais e o projeto e a construção do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear, este com previsão de entrega para 2029. Ele disse que a Marinha está construindo o submarino nuclear porque as dimensões e características do Brasil exigem. “Nosso País tem 23 mil quilômetros de fronteiras, dos quais 15,5 mil são terrestres e 500 quilômetros são marítimos. Somos um País grande, com a quinta maior população do mundo, fazemos fronteira com dez países e temos o desafio de controlar e garantir proteção. Nosso país tem vocação para o mar, com três quartos da população morando há menos de 500 quilômetros dele. Somos um país marítimo”, resumiu.

A montagem dos submarinos envolve elevada sofisticação tecnológica e o projeto conta com a participação de universidades e centros de pesquisa, fomentando o desenvolvimento tecnológico e de materiais do país. “Só vendo a apresentação das empresas já identificamos vários pontos de aderência com o que a Marinha faz”, declarou Paulo Roberto, lembrando que, no caso do submarino nuclear, boa parte dos componentes são nacionais, com centenas de empresas integradas ao projeto. 

O superintendente técnico do Centro Tecnológico da Marinha no Rio de Janeiro, o contra-almirante Eduardo Augusto Wieland, disse que há pelo menos 68 projetos potenciais dentro do plano de ciência e tecnologia da instituição até 2021. Entre eles, destacou o colete de proteção balística para uso na água, que tem características diferenciadas e exige materiais leves; o simulador de paraquedas, com uso de realidade virtual, e a tinta anti-incrustante para evitar formação de sujeira no casco dos navios. “As possibilidades são enormes”, disse. Também foram apresentadas as demandas que exigem o uso de fibra ótica e laser. 

“Temos muitos interesses comuns. Essa é a razão da nossa visita”, disse o comandante da Aeronáutica, tenente brigadeiro do ar, Nivaldo Luiz Rossato.

O tenente-brigadeiro do ar, Paulo João Cury, comandante-geral de apoio da Aeronáutica, disse que há muito espaço para atuar em conjunto. Qualquer projeto aeronáutico tem um ciclo de vida que pode durar 20, 30, 40 ou 50 anos e nesse período precisa de suporte e manutenção, que é onde estão as oportunidades, explicou ele, lembrando que isso se aplica à aviação militar e à civil. Cury informou que a base industrial de manutenção existente não consegue atender toda a demanda brasileira e quando o País voltar a crescer as oportunidades devem aumentar. Ele ressaltou ainda que na área de aviação o custo homem-hora é acima de R$ 100. “Então é muito dinheiro. É um mercado que está aberto”, completou.

O presidente do Comdefesa, Cesar Augusto Olsen, citou diversos produtos já fabricados pela indústria catarinense que atendem as exigências militares, como revestimento de navio e de aeronave, cerâmica balística e tecido imperceptível ao infravermelho. “A função do Comdefesa é fazer a interface entre as demandas militares e a indústria e mostrar as oportunidades disponíveis. Sabemos que grande parte do material (para fins militar) adquirido pelo Brasil é importado, mas está havendo um despertar da indústria nacional”, afirmou.

 

 

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