Florianópolis, 14.8.2018 – A elevação para a indústria de 15% no preço da energia elétrica, um dos principais insumos do setor, pressiona os custos de produção e vai prejudicar a retomada da economia, avalia o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Mario Cezar de Aguiar. “Essa alta, muito acima da inflação, vai entrar em vigor dois meses após o salto de 26% no preço do gás natural, que já trouxe problemas para o setor produtivo. Isso ocorre num momento em que a indústria, já afetada por embargos a produtos importantes de nossa pauta de exportação e pela greve dos caminhoneiros, faz um grande esforço para retomar o nível de atividade”, afirma Aguiar. “Tudo isso vai resultar em queda na competitividade da indústria e, em maior ou menor grau, vai chegar aos preços pagos pelos consumidores”, completa.
A alta na energia elétrica para área de concessão da Celesc foi anunciada nesta segunda-feira (13) e entra em vigor dia 22 de agosto. Para os consumidores residenciais (baixa tensão), o reajuste será de 13,15%, enquanto que para os da indústria e grandes consumidores comerciais (alta tensão) será de 15,05%.
Um dos principais responsáveis pela forte elevação da tarifa em Santa Catarina são os encargos setoriais, entre os quais se destaca a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que financia projetos como o de universalização dos serviços de energia elétrica e subvenção aos consumidores de baixa renda. “Hoje, os estados do Sul, do Sudeste e do Centro-Oeste pagam 4,5 vezes mais CDE que os das regiões Norte e Nordeste. A FIESC defende que a cobrança seja proporcional entre as regiões do Brasil”, diz Aguiar. “Nos preocupam também novos subsídios aprovados junto com a MP da privatização de distribuidoras da Eletrobrás, pois chegarão aos consumidores nas próximas revisões tarifárias”, acrescenta.