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Para elevar competitividade, Brasil precisa focar o mercado global

Análise é da diretora do MIT, que proferiu palestra na Jornada Inovação e Competitividade da Indústria, promovida pela FIESC

Florianópolis, 19.5.2011 – O Brasil precisa aumentar o enfoque em mercados globais para ganhar competitividade, afirmou a diretora executiva do Centro de Performance Industrial do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT, na sigla em inglês), Elisabeth Reynolds, nesta quinta (19) durante a Jornada Inovação e Competitividade da Indústria Catarinense, promovida pela FIESC. “O mercado brasileiro tem uma tendência de olhar para si próprio, que é muito atraente, mas o mercado global é a maneira pela qual o Brasil vai alcançar muitas das metas de crescimento e capacidade tecnológica”, afirmou, na palestra realizada durante o painel Inovação e Tecnologia. “Participar do mercado global é a maneira pela qual aprendemos sobre a tecnologia, o estado da arte e as fronteiras da tecnologia”.

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A convicção de que inovação é fator que ajuda a superar mais rapidamente a crise foi reforçada no evento. “Quem inova entra depois e sai antes da crise”, destacou o presidente da Federação das Indústrias, Glauco José Côrte. “A união de esforços convergentes das indústrias, universidades e governo assegurará e ampliará a presença de produtos catarinenses inovadores e de qualidade em todos os cantos do mundo”, disse. Para o industrial, “muitas ações, nos setores público e privado, são necessárias para que a mudança efetivamente ocorra. O aprendizado constante das empresas mostra que a inovação não é um processo que ocorre da noite para o dia. Mas o papel central que a inovação tem nas economias desenvolvidas mostra e comprova que os esforços valem a pena, para as indústrias e para a sociedade”.

O consultor e mentor de startups Mário Fioretti considera que, em um ambiente econômico dinâmico, em que os modelos de negócios se modificam continuamente, inovação representa a própria competitividade das empresas. “A concorrência de uma máquina de lavar roupa já não é o mesmo produto de outra marca, mas sim um serviço que lave, passe e entregue as roupas no mesmo dia, por um preço competitivo”, disse. “A inovação é uma estratégia de negócios e deve ser determinada pela alta direção da organização”.

Desta forma, Fioretti salienta que todas empresas que competem por um espaço no mercado vivem crise em tempo integral. “As líderes têm que se defender de quem está querendo chegar. Os que estão desafiando o líder têm que buscar formas de melhorar sua competitividade para atingir o espaço almejado. Portanto, no mundo empresarial existe um eterno desafio”, disse. “Inovar no momento em que há uma desconfiança do consumidor e do empresário, de insegurança institucional, como vivemos hoje, é a grande oportunidade de se diferenciar daqueles que não o estão fazendo”.

Política industrial

Elisabeth Reynolds observa que o “Brasil está participando das cadeias globais de valor, mas com um olhar doméstico, produzindo para o mercado brasileiro”. Segundo ela, o setor de manufatura mudou drasticamente nas últimas décadas. Surgiram cadeias globais de valor, que acentuaram a terceirização, a diversificação geográfica da produção e o incremento  dos serviços, o que reduziu a participação relativa da indústria na geração de riquezas. Por isso, segundo ela, depois de algumas décadas, a questão industrial voltou a ser uma agenda prioritária para o governo central americano e foi uma preocupação de Barak Obama. 

Indústria 4.0 

O diretor regional do SENAI/SC, Jefferson de Oliveira Gomes, abordou a definição e a disseminação da manufatura avançada no Brasil e no mundo. O conceito, também chamado de Indústria 4.0, prevê, entre outras coisas, o aproveitamento da interconectividade de máquinas, unidades industriais e o consumidor. É preciso entender o que acontece dentro da máquina, dentro da fábrica, entre indústrias e entre o consumidor e a indústria, afirmou. Ele defendeu ainda o aprimoramento da legislação que envolve o setor de pesquisa e desenvolvimento no Brasil e a melhoria das infraestruturas de energia e internet. 

Marketing

Fernando Kimura, especialista em neuromarketing, defendeu a utilização de outras áreas do conhecimento, além da tecnologia, na definição de estratégias de marketing. Ele afirma que é preciso entender mais sobre o comportamento das pessoas no contexto atual, alterando padrões pré-estabelecidos. “Todos se comunicam da mesma forma. Se você se comunicar de outra, vai chamar a atenção imediatamente”, afirmou.

Inovação em rede

Lançado o livro “Inovação em rede: como inserir sua empresa no ecossistema de inovação”. A publicação é fruto programa desenvolvido com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) desde 2014., no qual foram mapeadas as necessidades de apoio focado em tecnologia de mais de 100 empresas catarinenses e as competências de 19 instituições de pesquisa e desenvolvimento. O livro conta também com a experiência do IEL/SC no desenvolvimento de programas como Inova talentos e Gestão Integrada da Inovação. A obra está disponível para download no site do IEL/SC.

A Jornada Inovação e Competitividade da Indústria Catarinense será concluída nesta sexta-feira, com a solenidade de Outorga da Ordem do Mérito Industrial.


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