Gestão 1961 - 1966
Guilherme Renaux
"A profissionalização da indústria"
biografia
Filho do cônsul Carlos Renaux, um dos pioneiros da indústria catarinense, Guilherme Renaux nasceu em 1896 e testemunhou o desenvolvimento econômico do Estado ao longo do século XX.
Foi um dos fundadores da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina em 1950 e assumiu a presidência da entidade em 1961, quando Celso Ramos licenciou-se para ocupar o governo do Estado. Eleito em 1962, permaneceu à frente da instituição até 1966.
Formado em Agronomia, realizou pesquisas para o desenvolvimento de novas linhagens de algodão, que tiveram impacto direto na indústria têxtil. Foi membro do Conselho da Administração da Fábrica de Tecidos Carlos Renaux até aposentar-se. Faleceu em 1981, aos 85 anos.
realizações
A FIESC alcança a maturidade
O mandato de Guilherme Renaux foi marcado por realizações que profissionalizaram a atuação da indústria e consolidaram a FIESC e suas entidades como promotoras do bem-estar dos trabalhadores.
SENAI/SC e SESI/SC reestruturados
Na área da educação, em 1961, o SENAI/SC executou um plano de reequipamento de suas escolas, com novas máquinas e equipamentos importados para a maioria das suas unidades escolares. O SENAI/SC também mudou sua forma de atuação, voltando-se ainda mais a para atender às necessidades da indústria. Um exemplo disso foi a criação do Serviço Especial de Treinamento nas Indústrias (SETI), que oferecia 266 cursos de capacitação em 260 empresas em Florianópolis, Brusque, Blumenau, Joinville e Lages.
O SESI/SC também reestruturou seu atendimento para evitar a dualidade de serviços com o recém-criado Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). A partir de então, a entidade da indústria passou a dar ênfase à saúde preventiva, atuando de forma complementar à assistência do INPS.
O SESI/SC também passou, a partir de 1964, a oferecer a educação infantil, por meio de jardins de infância implantados em cidades do sul do estado, além de diversificar as atividades chamadas especiais, com práticas desportivas, parques infantis, bibliotecas e barbearias.
O palácio das indústrias
Em 1963, Guilherme Renaux deu um novo endereço para a FIESC, com a inauguração da nova sede, o edifício Palácio da Indústria. Localizado na Rua Felipe Schmidt, no Centro de Florianópolis, o prédio abrigaria os departamentos regionais do SENAI/SC e do SESI/SC e se tornaria a base política dos empresários na Capital.
Mais postos e escolas
Ainda sob a gestão de Guilherme Renaux, a FIESC aumentou o número de Postos de Abastecimento de Alimentos para 36 unidades. O SENAI/SC, por sua vez, firmou convênio com o Ministério da Educação e Cultura para ampliar a oferta de cursos para a formação de operários para a indústria. Novos centros de treinamento e escolas técnicas foram criados para atender às necessidades do polo têxtil em Brusque, o polo metalmecânico em Joinville e o siderúrgico, em Tubarão.
1961-1966
A primeira metade dos anos 60 - O mundo se transforma
Mais do que uma nova década, o início dos anos 60 marcou o começo de uma nova era, na qual a cultura jovem passa a ocupar um espaço maior. É o início do idealismo jovem e do movimento pelas liberdades civis que, anos mais tarde, desembocaria na contracultura, no pacifismo, na revolução sexual e no conflito de gerações.
No Brasil, os anos 60 começaram com otimismo no campo político. O Brasil ganhava sua nova capital, com a inauguração de Brasília. Alguns anos depois, entretanto, esse sentimento se transformaria em perplexidade, com a renúncia de Jânio Quadros, a ascensão de João Goulart à presidência e, finalmente, o Golpe de 64, que instaura a ditadura militar no país.
Na cultura, o movimento musical da Jovem Guarda, liderado por Roberto Carlos, chegou ao seu auge. Os festivais de música popular passaram a revelar talentos como Edu Lobo, Elis Regina, Geraldo Vandré e Chico Buarque. No Rio de Janeiro, em 1965, é inaugurada a Rede Globo.No futebol, o Brasil se sagra bicampeão Mundial no Chile.
Em Santa Catarina, nascem importantes instituições de financiamento para o desenvolvimento do estado: o Banco de Desenvolvimento de Santa Catarina (BDE) e, em parceria com o Rio Grande do Sul e o Paraná, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).