Gestão 2005 - 2011
Alcantaro Corrêa
"O presidente da sustentabilidade"
biografia
Nascido em Pomerode no ano de 1943, o industrial Alcantaro Corrêa formou-se em Engenharia Mecânica pela UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina. Atuando como presidente da Electro Aço Altona e diretor da Mineração Altona, da Werner Agricultura e da Bellevue Produtos em PVC, foi eleito para presidir a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina em 2005.
Antes disso, havia ocupado o cargo de primeiro vice-presidente por dois mandatos na gestão Faraco e presidente da Câmara para Assuntos de Transporte e Logística. Presidiu o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico de Blumenau (SIMMMEB), e foi membro do Conselho Deliberativo da Associação Comercial e Industrial de Blumenau (ACIB).
Em 2008, foi reeleito presidente da FIESC, tendo Glauco José Côrte como vice. Além de ampliar a representatividade institucional da Federação, a gestão Corrêa focou sua atuação na sustentabilidade da indústria catarinense. Faleceu em 2014, num acidente de carro na BR-101, aos 71 anos.
realizações
O desenvolvimento sustentável da indústria
A segunda metade dos anos 2000 foi complicada para a indústria. Com o baixo desempenho da economia nacional e a maior crise internacional desde 1929 batendo à porta, exigiram um esforço redobrado da FIESC para defender o crescimento da indústria. Assim, a Federação teve de atuar em diversas frentes e, simultaneamente, enfrentar seu maior desafio: promover as práticas sustentáveis para o setor.
Luta contra o aumento do ICMS
A força da representatividade da FIESC fez com que o governo recuasse na proposta de aumentar o imposto, em itens essenciais para a indústria, como a energia, combustíveis e telefonia.
Campanha contra a renovação da CPMF
A FIESC defendeu o fim da CPMF em uma campanha articulada com a bancada parlamentar catarinense no Congresso. Com o fim da contribuição, o governo ainda tentou criar outro imposto, a CSS – Contribuição Social para a Saúde, que foi igualmente repudiada.
Fortalecimento pela regionalização
Para aproximar ainda mais a FIESC dos sindicatos industriais e das empresas, foi criado o Projeto Ação FIESC Regional, que abria o diálogo com as entidades e indústrias em diversas regiões do estado para saber das suas necessidades e reivindicações. A FIESC manteve um contato mensal com 570 indústrias.
Fim da guerra fiscal no sul
A FIESC, junto a FIERGS e FIEP, apresentou uma proposta para unificar as alíquotas praticadas entre os três estados do Sul.
Incentivo às práticas sustentáveis
As indústrias catarinenses foram pioneiras nas práticas sustentáveis. A FIESC ajudou a intensificar as ações de responsabilidade socioambiental. Para isso, promoveu o Encontro Desenvolvimento Sustentável, uma série de eventos realizados nas principais cidades industriais do estado. Desses encontros, resultou o documento “Pacto Federativo como Instrumento do Desenvolvimento Sustentável”, o qual propunha que os processos de licenciamentos de atividades de baixo impacto ambiental fossem transferidos para os municípios.
Oportunidades verdes
Com a criação do projeto Bolsa de Resíduos, que permitia às indústrias anunciar e negociar online os seus resíduos, a FIESC mostrou que a preservação ambiental pode não só atenuar os impactos ambientais como gerar oportunidades para a indústria.
Outra ação foi a implantação dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) e do Programa Mercado de Carbono, que envolviam a redução de emissões de gases e a inserção das indústrias catarinenses no Mercado de Créditos de Carbono, que em 2005 havia movimentado US$ 10 bilhões em todo o mundo.
Programa de inclusão
A FIESC, por meio do SESI/SC, lançou o Programa de Inclusão de Pessoas com Deficiência. O objetivo é conhecer a realidade destas pessoas, escolarizar e qualificar profissionalmente para, na outra ponta, abrir oportunidades de trabalho na indústria. Com este mesmo princípio, o SENAI/SC, CIESC e IEL/SC estão atuando com políticas inclusivas, para promover o desenvolvimento pessoal e profissional das pessoas com deficiência.
Indústria sem fronteiras
A atuação internacional da FIESC se intensificou, com missões empresariais à China, Oriente Médio, Japão, Coreia do Sul, Itália, Cingapura, Espanha, Rússia, Ucrânia, Polônia e estreitou ainda mais a relação entre Santa Catarina e Alemanha, em encontros nas cidades alemãs de Berlim e Colônia e na catarinense Blumenau. Este último registrou o maior número de inscritos até então, com 1.858 participantes brasileiros e alemães.
Educação a Distância
O SENAI/SC ampliou a sua rede de Educação a Distância. Entre 2005 e 2009, 103 mil alunos foram matriculados.
Luta pelo gás e royalties do pré-sal
Com a implosão dos preços do gás e a nacionalização do Gasoduto Brasil-Bolívia, a FIESC brigou e conseguiu manter os preços contratados pelas indústrias catarinenses. Numa outra frente, a FIESC defendeu o aumento da participação de Santa Catarina no recebimento de royalties, além da criação de um novo cluster industrial no estado, voltado à indústria petrolífera.
2005-2011
A primeira década no século 21 - O desafio de uma nova geografia política e econômica
A primeira metade da década de 2010 foi marcada mundialmente pela preocupação com o terrorismo, pela erupção de sucessivas crises econômicas globais e pela ascensão de uma gigante econômica, a China. Os cinco anos consolidaram também a internet como a maior força transformadora das relações no mundo. É neste período que surgem as redes sociais, com o Facebook. A mídia se tornou multiplataforma. O celular agregou funcionalidades e inteligência e virou smartphone.
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, países emergentes, formaram o grupo chamado BRICS (nome composto pelas iniciais em inglês das cinco nações). O aquecimento global entrou na pauta das discussões. O primeiro presidente negro foi eleito e toma posse nos EUA. As gripes aviária e suína aterrorizam a população mundial.
A Primavera Árabe eclodiu no Oriente Médio, exigindo direitos e liberdades.
No Brasil, após a reeleição de Lula, o escândalo do mensalão veio à tona. Quatro ano depois, Dilma Rousseff se tornou a primeira mulher eleita para Presidência da República.
Foi lançado o Bolsa Família e, extinta, a CPMF. A Petrobras descobriu o pré-sal. O Rio de Janeiro sedia os Jogos Panamericanos. O estilo sertanejo domina o cenário musical brasileiro. A TV analógica deu lugar à TV digital.