Fiesc 70 anos 70 anos FIESC

Gestão 1950 - 1960 / 1966 - 1968

Celso Ramos

"O presidente do desenvolvimento"

Celso Ramos

biografia

Natural de Lages, Celso Ramos é considerado por muitos analistas como o governador mais marcante da história de Santa Catarina. Filho de Vidal Ramos Júnior e irmão de Nereu Ramos, dois dos mais influentes políticos catarinenses, Celso Ramos exerceu diferentes cargos públicos, como deputado estadual, superintendente de Lages, vice-governador e governador do Estado. Ao encabeçar a fundação da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, em 25 de maio de 1950, consolidou sua liderança entre os industriais, que o elegeram para presidir a entidade por 10 anos consecutivos, e reforçou sua proeminência no campo político.

Sob seu comando, a FIESC deu os primeiros passos para unificar a indústria catarinense e fortalecer o seu desenvolvimento. É o momento em que a indústria ganha voz e se passa a se tornar uma interlocutora do setor público na busca de condições para ampliar sua competitividade. A Federação das Indústrias passa a cumprir um importante papel na promoção do crescimento, ajudando a levar o progresso para toda a sociedade.

Em 1960, Celso Ramos venceu Irineu Bornhausen na eleição para o Governo do Estado. Após sua posse, o papel do governo ganhou um protagonismo inédito no desenvolvimento econômico de Santa Catarina. Com sua experiência na área privada, o novo governador transformou o estado num grande canteiro de obras. Foi no seu mandato que nasceram o Banco do Estado de Santa Catarina (BESC), as Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC), a Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), a Empresa de Eletrificação Rural de Santa Catarina (ERUSC) e a Secretaria de Desenvolvimento do Oeste. Ao final do governo, Celso Ramos voltou à presidência da FIESC por um breve período, entre 1966 e 1968, quando foi eleito senador. Encerrou a vida pública em 1974. Faleceu em 1996, aos 98 anos de idade.

realizações

A indústria se une pela mudança

No início dos anos 50, o crescimento da indústria catarinense esbarrava na precariedade da infraestrutura do estado. Faltavam estradas, energia, qualificação de recursos humanos e avanços sociais. Com sua criação, a FIESC uniu o setor e passou a defender a melhoria das condições estruturais.

Uma das suas primeiras medidas foi buscar o reconhecimento da FIESC pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Com esse importante aval, a Federação conseguiu trazer para o Santa Catarina os departamentos regionais do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Com isso, foram lançadas as bases para a capacitação da indústria e os avanços sociais para os trabalhadores.

Com o SESI/SC, os industriários começaram a experimentar os benefícios de ter uma rede de amparo social. Foi nesse período que a entidade deu início ao Serviço Reembolsável de Medicamentos. E, também, institui outro grande avanço, a Assistência Alimentar ao trabalhador, por meio de postos de abastecimento.

Em 1955, vislumbrando a necessidade de uma sede própria para atender uma demanda crescente de atendimento, a FIESC adquire um terreno na rua Felipe Schmidt, no Centro de Florianópolis.

O Seminário que virou plano de governo

Entre as principais realizações da FIESC na gestão de Celso Ramos, registra-se o grande movimento para conhecer as necessidades da indústria em cada região do estado, em especial no campo da infraestrutura. O movimento culmina com o Seminário Socioeconômico da FIESC, em 1960, do qual surgiram propostas para o crescimento de Santa Catarina, um plano tão rico e completo que, posteriormente, passa a compor o Plano de Metas do Governo do Estado (Plameg). Ele estabelece o primeiro orçamento plurianual de um governo no Brasil, além de propor o surgimento de instituições essenciais para Santa Catarina, entre elas as Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), o Banco do Estado de Santa Catarina (BESC) e a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

1950-1960 e 1966-1968

Uma década de profundas transformações

Uma minissérie de televisão já chamou essa época de “Os Anos Dourados”. Nada mais apropriado. Para o Brasil, foi a época do otimismo, do desenvolvimentismo e da visão de um futuro promissor. O país começa a década sediando pela primeira vez uma Copa do Mundo. O primeiro título mundial escapou por pouco na final da competição, mas viria da Suécia oito anos depois. Para sediar o Mundial, o Brasil construiu o Maracanã, na época, o maior estádio de futebol do mundo.

Na cultura, a modernidade dá o tom. É a década em que nasce a televisão brasileira, com a inauguração da TV Tupi, o primeiro canal de televisão do país e da América Latina. E um estilo musical brasileiro começa a fazer sucesso: a Bossa Nova.

A política é marcada por dois importantes personagens na nossa história: Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek. Presidente por duas vezes, em seu primeiro mandato, Getúlio criou as bases para a industrialização e a modernização do país, como serviços de apoio e formação ao trabalhador (SESI, SENAI, SESC, SENAC), dando condições para a transformação de uma população eminentemente agrária para empregos urbanos. Vargas também ampliou a legislação trabalhista e impulsionou a indústria nacional, apoiando o surgimento de novos segmentos e criando estatais como a Petrobras, a Companhia Siderúrgica Nacional e a Companhia Vale do Rio Doce.

Com Juscelino, o país entra na era da modernidade industrial, com seu Plano de Metas “50 anos em 5” e um crescimento jamais visto.