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Na FIESC, portos mostram como se preparam para atender o crescimento da demanda

Em reunião da Câmara de Assuntos de Transporte e Logística da entidade, representantes de Imbituba e Itajaí anunciaram que em setembro a linha Ásia começa a operar nos portos.

Clique aqui e veja no Flickr da FIESC a cobertura fotográfica completa

Florianópolis, 30.8.2017 – Representantes dos Portos de Itajaí e Imbituba apresentaram as ações em andamento para receber a nova geração de navios com maior capacidade e acompanhar a expansão do setor. Apesar da conjuntura atual, tanto Imbituba quanto Itajaí estimam fechar o ano com crescimento e anunciaram a linha Ásia, que inicia as operações em Itajaí no dia 15 de setembro e em Imbituba no dia 5. As informações foram apresentadas durante reunião da Câmara de Assuntos de Transporte e Logística da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), realizada nesta quarta-feira (30), em Florianópolis.

Segundo Marcelo Salles, superintendente do Porto de Itajaí, estudo da ONU mostra que as projeções de crescimento de movimentação de cargas conteinerizadas cresce de duas a três vezes o respectivo PIB do País. Por exemplo, se o PIB crescer 3% ao ano, estima-se um crescimento na movimentação de contêineres de 6% a 9%. Ele fez um resumo das principais obras em andamento no Porto para restabelecer a capacidade da estrutura que está reduzida desde as enchentes de 2008. “O porto perdeu seu elemento básico que é berço. Não existe porto sem a capacidade de atracar navio que gere receita. Desde a enchente de 2008 até hoje o porto não tem sua instalação de atracação concluída. De 2008 a 2010 tivemos a recuperação dos berços atingidos. Em 2011 tivemos enchentes com danos em berços. De 2014 até agora estamos com os berços 3 e 4 inoperantes. Isso nos gerou um déficit muito grande”, relatou. As obras do berço 3 têm previsão de término para novembro próximo. A conclusão das obras do berço 4 estão estimadas para maio de 2018.

“Sabemos que a infraestrutura portuária é essencial para a competitividade e para a maior inserção da indústria no mercado internacional e é uma alternativa importante para o mercado doméstico através da cabotagem”, afirmou o presidente da FIESC, Glauco José Côrte, lembrando que a entidade monitora as principais obras de infraestrutura em Santa Catarina e procura mobilizar os governos estadual e federal e as bancadas no Congresso e na Assembleia Legislativa no sentido de mostrar as necessidades de investimentos para redução do custo logístico, sobretudo, da indústria. “O Brasil precisa, cada vez mais, de uma infraestrutura melhor e de um sistema em que os portos sejam cada vez mais eficientes e bem geridos para melhorar a competitividade da economia. Isso vale tanto para o Brasil quanto para Santa Catarina. Ainda que tenhamos tido alguns avanços nessa área nos últimos anos, precisamos avançar mais na formulação de políticas integradas de transporte e logística para o País”, completou Côrte.

O presidente da Câmara, Mario Cezar de Aguiar, destacou que a movimentação de contêineres em Santa Catarina cresceu 77% entre 2010 e 2016 – passou de 952 TEUs em 2010 para 1.686 TEUs em 2016. “Santa Catarina pode ser uma plataforma logística invejável. Temos todas as condições. É uma vocação do Estado, mas, para isso, precisamos melhorar nossas condições de infraestrutura”, declarou, lembrando que os cinco portos catarinenses respondem por 19% da movimentação de contêineres  do Brasil, com potencial para aumentar esse percentual. “Dentre os dez melhores portos brasileiros em desempenho, quatro são catarinenses. Temos todo esse potencial que poderá nos permitir ser uma plataforma logística viável para o País. Havendo melhoria da infraestrutura para chegar e sair do porto, certamente, a atratividade de Santa Catarina aumentará muito”, reforçou.

Salles, do Porto de Itajaí, também falou sobre o novo acesso aquaviário ao complexo portuário e disse que a primeira etapa das obras possibilitará operações de navios de até 335 metros e está sendo executada pelo governo de Santa Catarina, com investimento de R$ 104 milhões e previsão de conclusão para abril de 2018. O porto busca a liberação de R$ 220 milhões para as obras da segunda etapa do projeto, que permitirá atender navios de 366 metros. Os recursos estão no Orçamento da União (PPA 2016-2019). Marcelo ressaltou ainda que há obras de dragagem em andamento para a recuperação da profundidade, que hoje está com 13 metros e em um mês e meio deve alcançar 14,5 metros.

O diretor-presidente do Porto de Imbituba, Luís Rogério Pupo Gonçalves, lembrou que o governo catarinense assumiu em dezembro de 2012 a operação do Porto. “Quando iniciou esse processo foi uma transformação complexa porque, teoricamente, saiu de uma empresa privada para uma empresa pública. Por uma série de ações está dando lucro, resultado e aumentando sua participação no mercado. É um fato. É resultado de planejamento”, afirmou, lembrando que há áreas livres para receber novos investimentos. O porto conta com três berços de atracação, pode operar com calado de 14,5 metros e o canal de acesso tem 17 metros de profundidade. As condições do porto permitem receber navios maiores que em breve começam a operar na costa brasileira. “Estamos fazendo a lição de casa, nos preparando e enxergando oportunidades”, concluiu.

Ainda durante o encontro, Danilo Ramos, diretor comercial de operações portuárias da Santos Brasil, destacou a atuação da empresa em Santa Catarina e no Brasil. 

Indústria News

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