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Greve já afeta exportações de SC, alerta presidente da FIESC

“Corremos o risco de perder um grande patrimônio que levou anos para ser construído, que é a agroindústria”, disse Côrte

Florianópolis, 27.2.2015 – Estado mais afetado pela paralisação de motoristas, Santa Catarina pode sofrer as maiores consequências com o bloqueio das estradas, analisa o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte. Na reunião da diretoria da entidade, nesta sexta (27), Côrte salientou que a agroindústria é o segmento mais prejudicado, tanto pela interrupção das atividades, quanto pelo risco de interrupção de contratos de exportação.

 

“Corremos o risco de perder um grande patrimônio que levou anos para ser construído, que é a agroindústria”, alertou Côrte. “Santa Catarina é um Estado livre de febre aftosa sem vacinação. Além disso, recentemente conquistamos o mercado japonês. Já estão ocorrendo perdas de contratos de exportação e há risco de perda da certificação”, salientou. 

 

Côrte pediu aos diretores da entidade que, em suas regiões, busquem o diálogo e o entendimento. “Todos os relatos dos nossos industriais são de que estamos chegando no limite e que não há condições de suportar se o movimento continuar”, afirmou, destacando que a FIESC tem feito o que é possível no âmbito institucional. Santa Catarina está entre os maiores produtores brasileiros de suínos, aves e leite. No caso do setor lácteo, além das empresas, 50 mil famílias são afetadas. A impossibilidade de escoar faz com que o leite seja descartado.

 

Na reunião, o presidente da Aurora Alimentos, Mario Lanznaster, relatou que a empresa precisou paralisar as atividades e dispensar 23 mil funcionários, por causa dos 477 caminhões parados em bloqueios. No campo, a falta de alimento para tratar a criação pode resultar em canibalismo. Essa situação afeta a imagem da agroindústria no exterior.

 

Conforme Lanznaster, o setor agroindustrial compreende uma ampla cadeia de produção. As indústrias recolhem os animais nas granjas, os abatem e depois escoam a produção para centros consumidores ou exportação. Durante o abate, vísceras e penas são descartadas e levadas a outras indústrias para processamento de novos produtos. Em alguns dias, outros lotes de animais são transportados às granjas, para a criação. Segundo Lanznaster, não há retenção de caminhões com cargas vivas, mas quando retornam vazios, ficam bloqueados. Toda a cadeia é prejudicada, pois não há mais matéria-prima para produzir ração, que também não está chegando às granjas. Frangos e suínos em idade de abate ficam retidos e novos lotes não são criados.

 

Lanznaster, que também preside a Câmara de Desenvolvimento da Agroindústria da FIESC, reuniu-se na manhã desta sexta-feira com o governador Raimundo Colombo, que assumiu o compromisso de buscar a desobstrução da BR-282 e parte da BR-153, o que permitirá que as cargas cheguem a Curitiba onde muitas empresas têm centros de distribuição, além da proximidade com a região Sudeste. 


 

Ivonei Fazzioni e Dâmi Cristina Radin
Assessoria de Imprensa da FIESC
48 3231 4670 | 48 8421 4080
imprensa@fiescnet.com.br

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