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Menor índice de roubos, custos e avarias diferenciam o uso da cabotagem

Modal é mais competitivo que o transporte rodoviário para distâncias acima de 1,2 mil quilômetros, mas o caminhão é fundamental para deslocamentos porta a porta. Assunto foi debatido na FIESC nesta sexta-feira (11), em Florianópolis

Florianópolis, 11.11.2016 – A cabotagem, transporte de mercadorias pela costa brasileira, é considerada mais competitiva que o transporte rodoviário para distâncias acima de 1,2 mil quilômetros, defenderam operadores logísticos em reunião da Câmara para Assuntos de Transporte e Logística da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), nesta sexta-feira (11), em Florianópolis. Segundo representantes das empresas Maersk, Hamburg Süd, BR Multimodal e Log-In Logística Intermodal, a opção pelo navio oferece custos menores, baixos índices de roubos e de avaria em cargas. Contudo, ressaltaram que o caminhão é fundamental para o transporte porta a porta e complementa a cabotagem.

Em sua apresentação, o presidente da Câmara, Mario Cezar de Aguiar, destacou que os navios que operam na costa brasileira comportam entre 2,5 mil e 4,8 mil contêineres em longas distâncias, o que evita a circulação de número similar de caminhões nas rodovias, reduzindo os investimentos na conservação e manutenção das estradas. O transporte rodoviário representa 66% da matriz de transportes do Estado enquanto o aquaviário, onde se insere a cabotagem, responde por 12%. “É uma BR marítima. Uma opção economicamente viável para o transporte de carga. Por que não usá-la? Nossa costa é extensa e tem um potencial enorme”, avaliou Aguiar, lembrando que o caminhão é importante no transporte, mas é preciso avançar na intermodalidade para garantir maior equilíbrio dos modais na matriz catarinense.

O representante da empresa Log-In, Felipe Knorr, salientou que os caminhões não são concorrentes da cabotagem. “Na verdade, o navio não chega na porta da fábrica e dos clientes. O caminhão é indispensável para nosso trabalho”, disse, salientando que a cabotagem é utilizada para longas distâncias enquanto os caminhões podem fazer percurssos mais curtos (em média inferiores a mil quilômetros).

Knorr destacou que a frota de navios tem passado por constante renovação, com serviços mais eficientes. Em sua apresentação, ele destacou que 80% da população brasileira mora numa distância de até 200 quilômetros da costa e 70% das indústrias estão localizadas a 200 quilômetros da costa. Além disso, o Brasil tem 8,5 mil quilômetros de costa navegável e a cabotagem transporta os mais diversos produtos (de aço a hortifrutis).

Gerônimo Tonelli Sobrinho, da Mercosul Line (Grupo Maersk), relatou que o transporte de eletroeletrônicos por cabotagem, a partir de Manaus, tem aumentado muito por conta da segurança tanto da carga, que tem alto valor agregado, quanto do motorista. Segundo ele, há casos de ganhos de 30% nas operações em que se troca o caminhão pela cabotagem, sempre levando em conta o fator distância.

Leonardo Silva, da Aliança (Grupo Hamburg Süd), destacou a agilidade no transporte das mercadorias, mas ressaltou que a falta de acesso aos portos ainda é um obstáculo. “A estrutura dos portos é moderna, mas há dificuldade de acesso a eles”, salientou.

O diretor da BR Multimodal, Gilberto Afonso Chaves Mauro, destacou que de 2010 a 2014 a cobotagem cresceu cerca de 4% ao ano no Brasil. “Ainda há um desconhecimento desse modal que tem muito a crescer”, concluiu.

Obras: durante a reunião, Aguiar, da FIESC, também apresentou a execução do Orçamento Geral da União para obras de infraestrutura em Santa Catarina e destacou que dos R$ 1,1 bilhão previstos para 2016, só R$ 505 milhões foram aplicados. Do total orçado, R$ 809 milhões são restos a pagar de anos anteriores. Por meio da ferramenta Monitora FIESC, a instituição acompanha o andamento de um conjunto de obras no Estado. No caso do aquaviário, das oito obras monitoradas, duas estão em andamento, duas estão com o prazo expirado e quatro foram concluídas.



 

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