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Currículo atrativo e práticas modernas podem minimizar o abandono escolar

Em seminário realizado pelo Movimento SC pela Educação, especialistas evidenciam urgência de modernizar o ensino médio e reduzir gastos com a evasão

Blumenau, 20.6.2018 – “O custo médio no Brasil por aluno é de R$ 6 mil ao ano. Só com o abandono, a gente perde R$ 95 milhões, considerando que 7,1% dos jovens no Brasil deixam a escola no ensino médio. Se considerarmos a reprovação, responsável por 50% do abandono escolar no País, a perda pode chegar a 280 milhões de reais/ano”, alertou Mozart Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna. Ele participou nesta quarta-feira (20), em Blumenau, do seminário A Educação Integral e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no contexto da Reforma do Ensino Médio: Os Desafios da Educação para o Mundo do Trabalho. Este é o terceiro encontro de uma série de seis que tem o apoio da Secretaria de Estado da Educação (SED) e do SESC/SC.

Ramos defendeu uma escola moderna e atrativa para mudar esse cenário, que prepare o aluno para um mundo em constante transformação, destacando que isso passa pela formação plena do estudante. “Precisamos de trabalho em equipe, colaboração, abertura ao novo. Precisamos de profissionais com estas qualidades. É dessa forma que trabalhamos com a Secretaria, para desenvolver esses jovens”, afirmou.

O assessor executivo do Movimento, Antonio Carradore, apresentou os principais indicadores educacionais. Ele destacou a relação entre educação e violência. Cerca de 70% dos apenados tem nível de escolaridade que varia entre o analfabetismo e o ensino fundamental incompleto. “Um ano a mais de educação tende a reduzir a incidência de aprosionamento em 11% a 16%. A raiz de muitos problemas sociais que temos hoje está na educação”, salientou. Ele destacou ainda o saldo de empregos dos trabalhadores com escolaridade básica, que tendem a ser preservados, em detrimento daqueles que não têm o ensino básico completo.

O gerente regional de educação, Eliomar Russi, e Sirley Damian, da SED, destacaram projetos conduzidos pela secretaria voltados à educação integral. “Precisamos tornar este aluno protagonista, para que ele esteja com os nossos professores nas práticas mais modernas”, afirmou. Russi falou ainda sobre o Espaço de Formação e Experimentação em Tecnologias para Professores – EfeX, em Blumenau, uma espécie de laboratório para a criação e o compartilhamento de práticas pedagógicas inovadoras mediadas pela tecnologia. Sirley lembrou que 60 mil jovens ainda estão fora da escola. A falta de atratividade do currículo e o desejo de trabalhar e ter renda própria podem estar entre as causas desse abandono escolar. O Estado possui mais de 3,1 mil matrículas no modelo de ensino médio em tempo integral.

O diretor técnico do SENAI, Maurício Capra Pauletti, falou sobre a experiência do SENAI com o ensino médio integrado à educação profissional. “Nossa experiência reforça os pontos já destacados aqui: competências para o profissional do século 21. Vivemos uma transformação impactante, significativa, que vai exigir das instituições educacionais um repensar sobre as formações existentes”, avaliou.  

“É verdade que o excesso de argumentos prejudica a causa, mas quando se fala em educação, não há necessidade de argumentos. Nós sabemos os desafios, o que talvez nos falta é saber se realmente estamos conscientes desses desafios”, disse Ulrich Kuhn, membro do conselho do Sintex, que representou o vice-presidente regional da FIESC, Ronaldo Baumgarten Júnior. “Certamente tudo isso vai contribuir para aumentar a nossa reflexão, contribuir com as nossas ações sobre um tema de extrema importânca.

Os palestratentes participaram ainda do painel Por que a educação integral é estratégica para o mundo do trabalho?  

Curso educação integral – No evento, a FIESC apresentou a série de cursos Educação Integral para o século 21, desenvolvida pelo Instituto Ayrton Senna em parceria com a FIESC e com a Fecomércio-SC. A série tem o objetivo de contribuir com a ampliação dos conhecimentos dos profissionais da educação sobre a construção de uma escola que prioriza o desenvolvimento dos estudantes por meio das competências para o século 21.

Ao todo, são três cursos na modalidade on-line, com conteúdo elaborado pelo Instituto Ayrton Senna, que somam 140 horas de carga horária: Educação integral, Leitura e produção textual na perspectiva dos multiletramentos e Projetos na escola, aprendizagem para a vida.

 

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