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Satélite em desenvolvimento em SC ganha em eficiência, custo e menor peso

Em apresentação à diretoria da FIESC, presidente da Visiona, empresa parceira do SENAI no projeto, destacou avanços na indústria aeroespacial

Florianópolis, 27.7.2018 - O projeto do nano satélite VCUB1, primeiro satélite da indústria brasileira e que está em desenvolvimento no Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados, em Florianópolis, foi apresentado à diretoria da FIESC, reunida nesta sexta-feira (27), pelo presidente da Visiona Tecnologia Espacial, João Paulo Campos. Ele salientou que o VCUB1 integra a nova geração de satélites, chamada New Space, que se caracteriza por tecnologias mais avançadas, baratas e leves que as da Old Space. “Nas primeiras décadas, satélites custavam de 200 a 400 milhões de reais e chegavam a duas toneladas”, disse. O VCUB1 terá um custo de R$ 12 milhões e será um pequeno cubo com 10 cm x 20 cm x 30 cm e peso de 11 kg. “É quase que um brinquedo, se comparado com os equipamentos das décadas anteriores”, afirmou. Empresa parceria no projeto, a Visiona é uma joint-venture entre a Embraer Defesa & Segurança e a Telebras. 

Clique aqui para ver a cobertura fotográfica da reunião de diretoria da FIESC

Conforme Campos, o objetivo inicial do VCUB1 é ser um demonstrador tecnológico, de validação de tecnologias espaciais desenvolvidas pela Visiona e pelo Senai. Mesmo com esse caráter, o nano satélite prestará serviços, como os de captação de imagens, apoio à agricultura e coleta de dados. Por passar sobre o território brasileiro a cada 90 minutos, o satélite poderá, por exemplo, coletar e fornecer imagens a prefeituras para planejamento e serviços urbanos. São mais de 100 atividades de gestão de cidades que podem ser realizadas a partir de informações fornecidas pelo satélite. Na agricultura, Campos citou o exemplo de identificar diferenças de produtividade em diversas áreas da fazenda, permitindo uma intervenção minuciosa para a melhoria nos segmentos prejudicados. A coleta e a distribuição de dados permitem a inserção das empresas na indústria 4.0 ou Internet das Coisas, com informações sobre meteorologia (temperatura, pressão, chuva), rastreamento de gado, caminhões, contêineres, entre outras. A exemplo do convênio firmado com a Federação Catarinense dos Municípios (FECAM), a proposta é realizar parcerias com instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Para o diretor de inovação do Instituto SENAI de Sistemas Embarcados, Pierre Mattei, o VCUB1 “está na vanguarda mundial e não perde nem em tecnologia, nem em capacidade para o que existe de mais avançado no mundo”. 

O diretor regional do SENAI/SC, Jefferson de Oliveira Gomes, citou outros projetos em desenvolvimento pelos institutos de inovação da entidade – além de Sistemas Embarcados, existem os de Sistemas de Manufatura e de Processamento a Laser, em Joinville. Os projetos são em parceria com a Petrobras (de manufatura aditiva, robótica autônoma), GM (sensores em moldes e matrizes), indústrias de ferramentaria de Joinville, Embraer (manufatura aditiva). “Além de desenvolver esses projetos, temos a perspectiva de inserir startups e indústrias catarinenses já consolidadas nas cadeias de valor que surgirão com estes projetos”, disse. 

Desempenho econômico

Em análise do desempenho da economia catarinense, o coordenador do Observatório FIESC, Sidnei Manoel Rodrigues, citou que Santa Catarina foi o Estado mais afetado com a paralisação dos caminhoneiros, ocorrida no final de maio e início de junho. “Isso se deve ao perfil altamente industrial da economia catarinense e à elevada dependência do transporte rodoviário tanto da entrada de insumos, quanto do escoamento da produção”, disse. 

Referindo-se a dados disponíveis no Portal Setorial FIESC, Rodrigues destacou que Santa Catarina nos primeiros meses do ano apresentava os melhores indicadores industriais do País, o que ajudou a manter o Estado acima da média nacional, mesmo com o maior impacto da paralisação. Por exemplo, em maio, a produção industrial catarinense registrou queda de 15% em relação a abril  (a queda nacional no período foi de 10%) e mesmo assim o Estado fechou o o período de janeiro a maio de 2018 com 4% de crescimento na comparação com o mesmo período do ano passado (a média nacional de crescimento foi de 2%). Comportamentos semelhantes são vistos nas vendas industriais e outros indicadores. As exportações, entretanto, apresentam desempenho diverso, tendo em vista outros fatores, como os embargos externos à carne suína. Neste caso, as exportações em maio caíram 19,4% e no semestre estão 4,16% abaixo do registrado nos primeiros seis meses de 2017.

Encontro Brasil-Alemanha e Conferência da OIT

Durante a reunião, o presidente da FIESC também relatou os resultados da missão empresarial ao Encontro Brasil-Alemanha, realizado na cidade de Colônia, nos dias 25 e 26 de junho, bem como da participação empresarial na 107ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), realizada na cidade de Genebra (Suíça), de 4 a 7 de junho. Conforme o relato, a FIESC teve duas participações intensivas no Encontro Brasil-Alemanha (saiba mais), uma tratando de temas como projetos em energia renovável, com o próprio presidente Glauco José Côrte, e em tecnologias para a saúde, com o diretor regional do SENAI, Jefferson de Oliveira Gomes. A OIT discutiu a denúncia, não acatada, de que o Brasil estaria violando convenções internacionais (saiba mais).

Assessoria de Imprensa
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina 

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