Opinião: A educação transformadora, por Glauco José Côrte

Colho o título do artigo de palestra do fundador da Embraer, Ozires Silva, que aos 85 anos de idade proclama  que “a magia da transformação passa pela educação”. Não se trata de declaração vazia, antes testemunho da experiência de países que priorizaram a educação, como Coreia do Sul, Finlândia e Cingapura.

O Brasil começa a dar passos mais significativos no caminho da modernização do sistema educacional, sobretudo a partir da reforma do ensino médio e da Base Nacional Comum Curricular, que estabelece diretrizes para a elaboração dos currículos das escolas públicas e particulares. Acontece que, sem professores qualificados e valorizados, nenhum sistema educacional produzirá bons frutos e nenhuma educação será transformadora. Como os professores aplicarão os novos currículos se não tiverem a formação adequada às novas exigências?

Ano passado tive a honra de conhecer o professor Lee Sing Kong, meses antes do seu falecimento, em visita à Nanyang Techological University (que abriga o único instituto de formação de professores de Cingapura). Lee foi um dos principais responsáveis pela transformação do ensino do País, com um modelo de formação de professores para o século 21, no qual o estudante é o centro da educação e o professor um facilitador e não o principal protagonista. Lá, o professor tem que entender como os estudantes aprendem. Quando muda o currículo, a formação dos professores muda também. Considerando que a implementação da nova Base Curricular será feita em 2020, há tempo para formar os professores, desde que, é claro, não se perca tempo.

No recente documento “O olhar dos jovens sobre a educação catarinense” há importantes contribuições relativas aos professores: prepará-los melhor, valorizá-los, atribuir sentido ao que apresentam e inovar em relação às práticas pedagógicas. O jovem catarinense sabe qual é a situação atual da educação e sabe onde precisamos chegar, para assegurar um futuro transformado pelo poder da educação.